Tempo estimado de leitura: 08 minutos.
Fvereiro/2016 – A AF-S VR Micro-Nikkor 105mm f/2.8G IF-ED (english) é uma objetiva Nikon antiga lançada em 2006. “Antiga” para o padrão dos smartphones mas recente para uma macro 1:1, ela é daquelas que raramente precisam de um update. Então os fabricantes enchem-nas de tecnologia durante o desenvolvimento, e esta Nikkor saiu como a primeira macro com estabilizador de imagem embutido, útil para evitar tremidas nas mãos. Também capaz de focar no infinito, ela é uma ótima candidata para retratos, se beneficiando ainda mais do VRII para trabalhos sem tripé.
Também a primeira Micro-Nikkor a receber o coating Nano Crystal, esta é uma reformulação total dos modelos antigos, agora com 14 elementos em 12 grupos, além de uma peça ED. Feita para os sensores digitais com cada vez maior resolução, o preço de US$896 é uma barganha considerando a construção e performance, dedicada a profissionais que trabalham em campo. Sendo um user da Canon EF 100mm f/2.8 L Macro IS USM, eu estou em busca de uma chance para trocar de marca e trabalhar com os corpos da Nikon. Mas esta AF-S entregará os resultados? Vamos descobrir!
Em 8.4 x 11.7 cm sozinha e 9.5 x 19 cm com o parasol montado, tudo em 720g de metais e plásticos, a Nikon AF-S VR Micro-Nikkor 105mm f/2.8G IF-ED impressiona pela qualidade da construção. Em tempos quando o policarbonato é usado ao custo da durabilidade, esta objetiva se comporta como uma verdadeira ferramenta de trabalho com um mount e tubo traseiro de metal, como as tops zoom f/2.8 grandes. Eu já usei modelos AF-S de mais de US$1500 feitos totalmente de plástico (AF-S 58mm f/1.4G e AF-S 85mm f/1.4G), mas esta Micro é muito mais robusta que todas elas.
Nas mãos ela cai confortavelmente sobre os dedos esquerdos, e as dimensões mais curtas deixam-na mais precisa para mirar ao sujeito. Acostumado com a EF 100mm f/2.8L Macro IS USM mais longa (9 x 20 cm com o parasol), a Nikon na verdade se parece mais com uma objetiva Canon por causa da ergonomia gordinha. Esta AF-S combina muito mais com uma EOS 5D grande do que a magrela D750. Há espaço de sobra para segurar e o anel de foco manual é grande, na frente. As chaves de operação estão ao alcance do dedão esquerdo, com respostas táteis diferentes.
Do lado de dentro o motor SWM do sistema AF-S é silencioso e de longe o mais rápido que já usei na Nikon. Eu só posso dizer uau! Ele é realmente rápido do infinito até o foco mínimo (cerca de 30cm) e há até um limitador para os 0.5m. Esta é uma objetiva macro que foca no infinito, então você pode usá-la como uma 105mm normal. Então o limitador AF ignora as distâncias curtas e o giro é de apenas 90º (contra 220º do modo FULL), perfeito para ação. Isso leva 1/3 de segundo para ir de uma ponta a outra, o que é rápido. Porém não é livre de defeitos e eu tive dois problemas.
O primeiro é sobre a “chancela” de travar o foco automaticamente em distâncias próximas. As vezes a D750 busca de um lado para o outro e não encontra o ponto certo. Às vezes funciona, e muito bem; mas a maioria das outras não. Eu entendo que distâncias curtas de foco são um desafio para módulos phase, e que você deve trabalhar manualmente. Mas a minha EOS 6D + EF 100mm L funciona sem problemas todas as vezes, e eu estava esperando o mesmo da Nikon.
E o segundo problema é uma constate na Nikon: o anel de foco manual é ruim e os movimentos não são suaves. Ele não parece emborrachado e pula de um lado para o outro, deixando difícil o ajuste. Parece ridículo uma macro com anel manual ruim, mas a Nikon conseguiu. A Canon é mais suave e, de novo, eu esperava o mesmo. Note que é não é totalmente inutilizável e boa parte das fotos deste review foram feitas com o foco manual. Mas eu só posso recomendar o teste na loja antes de comprá-la, para vocês terem uma idéia do que estarão levando para casa.
Outra coisa que funciona-só-que-não é o VRII. Taxado em 3.5 stops, ele ajuda em qualquer distância e recomendo deixá-lo ligado quando estiver com a câmera nas mãos. Porém ele perder a eficácia sob distâncias curtas de foco, se tornando um pouco inútil numa macro. Isso é esperado: o grupo de foco funciona como aquela brincadeira de fazer sombras com as mãos, e quanto mais próximo você está do sujeito, maior a projeção no sensor. Quando você está em proporção 1:1, o módulo estabilizador não consegue compensar uma imagem tão grande. Então para macro de verdade, desligue o VRII e use um tripé com trilho milimetrado, para melhores resultados.
Na frente os filtros de ø62mm são bem maiores que o elemento frontal, bacana para evitar vinheta com vidros grossos. O trilho é de plástico, um downgrade aos modelos AF/AF-D anteriores totalmente de metal, apesar de não mover para frente e para trás. O parasol incluído HB-38 vai num outro trilho próprio e é bem robusto, bem melhor que o HB-36 baratinho da VR AF-S 70-300mm. Algumas pessoas não veem vantagem em usar o parasol, mas ele faz toda a diferença no contraste quando você está fotografando dentro de uma mesa de luz, mesmo com o Nano Crystal.
No geral a VR AF-S 105mm f/2.8G é uma objetiva topo de linha e pertence a mais alta classe da ferramentas de trabalho Nikkor. Esta não é a sua objetiva de entrada e a Nikon sabe disto. A qualidade da construção é premium e algo que você não entenderá vendo fotos na internet, já que ela se parece com outras AF-S Gs. Mas ela não é. O AF-S é fantástico, me fazendo questionar todas as objetivas anteriores deles. Porém eu não consigo superar o anel de foco manual duro demais e simplesmente não funcionará para mim. Talvez as fotos façam um argumento melhor a ela.
Com uma fórmula de 14 elementos em 12 grupos, um ED e o coating Nano Crystal, a AF-S 105mm f/2.8G é a mais nova integrante da reconhecida família Micro-Nikkor. Carregando nas costas a herança das objetivas de alta performance 105mm f/2.8 AF/AF-D da década de 90, e Ai-s em 80, o modelo novo recebeu quatro peças ópticas que integram o sistema estabilizador, contra dez elementos totais da fórmula anterior. Mas ela mantém a nitidez e o contraste intactos, e é uma das AF-S G de maior resolução que já vimos, apesar de imperfeições específicas para cada sujeito.
Matérias orgânicas com superfícies suaves, de baixo contraste, são um perfeito exemplo da excelência da 105mm f/2.8G. As imagens são coloridas, de alta resolução e livres de aberrações, perfeito para flores. O bokeh enfatiza a mistura de tons para composições saturadas de cores opostas, e a difração não atrapalha a nitidez até o f/22, para exposições únicas, sem exigência de stacking, com longa profundidade de campo. Ela é um pouco suave em 1:1, mas não o suficiente para impactar os detalhes. Dependendo da saída, um post-sharpening resolve qualquer problema.
Um tipo de “material orgânico”, os retratos mantém a mesma performance da abertura máxima as otimizadas. Uma pequena queda na nitidez é visível em f/2.8 reduzindo o contraste de pêlos faciais, mas a resolução sobra apesar da profundidade de campo curtíssima. Fechar a abertura é obrigatório para acessórios refletivos que irão brilhar e provocar aberrações cromáticas, além de melhorar a resolução. É um prazer de trabalhar e muito agradável as facetas humanas.
Fotos de produto na abertura máxima e em proporção 1:1 não são recomendados em razão da aberração cromática de eixo, visível em letras impressas, metais cromados e reflexos em vidros. A aberração lateral também é presente e a já citada falta de nitidez em texturas industrializadas. Ela exige fechar bem a abertura (f/16 pra cima) para extrair o melhor do projeto óptico, porém mesmo assim mostra sinais de aberrações laterais nas bordas de metais e plásticos afiados. Funciona para fotógrafos da Nikon, mas acreditem em mim: a Canon EF 100mm f/2.8L IS USM mais nova mostra bem menos aberrações e resolução maior em 1:1 para fotografar produtos. Ficarei com ela na 6D.
De longe (sem trocadilhos) a Nikkor mais nítida que já usei para fotografar paisagens em aberturas otimizadas como f/8 e f/11. De ponta a ponta os detalhes ultrapassam os sensores digitais e o VRII faz um ótimo trabalho até três stops de compensação, então deixe o seu tripé em casa. Aberrações cromáticas laterais em janelas não dão as caras, muito melhor que a maiorias das zoom super complexas. Porém o diafragma de nove lâminas redondas custa a gerar estrelas em exposições noturnas, então as objetivas antigas com lâminas retas eram mais legais para este efeito.
No geral a AF-S VR 105mm f/2.8G ED é um bom exemplo da performance da linha Micro-Nikkor. A qualidade da construção é excelente, com um tubo de metal traseiro e ótima pegada nas mãos. O motor AF-S é excelente acima das distâncias macro, apesar do anel de foco manual depender da sua paciência; teste a sua cópia antes de comprá-la. O módulo estabilizador VRII funciona como prometido e faz um barulho irritante, prepare-se. Mas nada que tire o prazer de usar.
A óptica é de primeira linha e eu recomendo por causa disto. As imagens são de alta resolução e as cores são fantásticas, o que esperamos de uma objetiva topo de linha. Porém ela não ficará comigo porque eu já uso a excelente Canon EF 100mm f/2.8L IS USM, e não há motivos para voltar atrás numa objetiva mais antiga. De qualquer maneira ela é super recomendada para ps usuários Nikon. Se você estava procurando por uma objetiva diferenciada no kit, encontrou. Boas fotos!