Nikon D800E

A primeira full frame a ultrapassar os 30MP+


Escrito por Marcelo MSolicite nosso mídia kit. Faça o download do pacote de arquivos raw (05 fotos, 218MB).

Tempo estimado de leitura: 14 minutos.

Outubro/2014 – A Nikon D800 é uma câmera com sensor full frame de formato 135 com mais megapixels do mundo. Própria para “fotografias de precisão”, ela atende estúdios, retratos, produtos, natureza ou paisagens, enfim, qualquer trabalho com grandes chances de ser impresso. É a máquina que talvez tenha a melhor “qualidade de imagem” no geral porque as cores e nitidez dos arquivos impressiona para esta classe de equipamento. As fotos saem absurdamente detalhadas, com uma latitude para ajustes e dynamic range nunca vistos antes, só disponível para os vários milhares de dólares que eram cobrados por sistemas de médio formato. Pela primeira vez é possível carregar para qualquer lugar e empregar em qualquer trabalho este tipo de captura, numa câmera de construção robusta, com alta velocidade de auto foco e fácil de usar. (english)

Nikon D800

Ela chegou ao vlog do zack em 2012 como a minha primeira digital da Nikon. Na variante “E”, que tem o efeito anti-aliasing do filtro low-pass cancelado para maior resolução em situações ideais (lentes certas nas aberturas certas, com os sujeitos certos), ela atinge 36MP no modo FX e 15MP no modo DX; mais que o suficiente para testar tanto as lentes full frame quanto as lentes APS-C Nikkor. Numa tacada só eu coloquei uma “N” no kit e me preparei para testar toda linha de lentes deles, já que a D800E é compatível com praticamente todas as Nikkor F-Mount feitas desde 1977!

Nikon D800

A câmera é compatível com toda linha Nikkor F, mais de quatro décadas de objetivas. Na foto a Ai-S 50mm f/1.2.

Outros destaques técnicos vão para o processador EXPEED 3, que dá saída a até 4 fotos por segundo em 7360×4912 pixels; sistema de foco automático com 51 pontos (o mesmo da D4), sendo 15 deles cross-type com sensibilidade até -2EV e f/8; ajuste ISO que vai de 100 a 6400 com extensão até 25.600; formato de arquivo JPEG ou raw .NEF sem compressão para até 80MB/arquivo; video 1080p sem compressão por HDMI (ou H.264 internamente); e dois slots de cartão de memória (um CF e outro SD). Tudo num corpo feito de metal, parcialmente com weather sealing, flash integrado e cheio de botões e dials para acesso rápido as funções. O que eu achei de colocar uma Nikon no meu kit de 8 anos, restritamente Canon? Vamos ler a respeito em mais um artigo do blog do zack.

CONSTRUÇÃO E OPERAÇÃO

Nikon D800

Em 900g de um bloco de magnésio com 14cm de comprimento, 12cm de altura e 8cm de profundidade, a Nikon D800 está na classe das full frame “prosumer”: nem consumidor, pequena, para o dia a dia; nem profissional, enorme, digna de jornalismo de guerra. Não que ela não seja para o dia a dia ou não seja para profissionais, mas é um corpo maior que a sua DSLR comum e não tem o grip vertical embutido no corpo. Ela é um prazer de carregar e usar porque os materiais de acabamento são suaves ao toque, com borrachas onde ficam os dedos; e o corpo equilibra bem com as lentes topo de linha, aquelas que usufruirão melhor da resolução do sensor. Com lentes menores e simples como a AF-S 50mm f/1.4G, você nem sente o conjunto pesar ao longo do dia.

Nikon AF-S Nikkor 50mm f/1.4G D800E

Vamos começar pela frente onde a Nikon inclui bem mais funções que a Canon, notavelmente dois botões programáveis Fn para a mão direita; um dial horizontal para o dedo indicador (o dial das EOS é vertical); uma lâmpada de assistência ao foco automático; o mount F com motor de foco integrado, interno, bacana para lentes AF sem mecanismo interno; chave para seleção do modo AF da lente, simplificado para AF e M; e 2 portas: flash sync padrão e o controle de 10 pinos.

Nikon D800

Detalhe do trigger e do iluminador AF, embutido.

Ainda temos no centro o flash integrado, retrátil, com funções Master sem fio, e a esquerda podemos ver como a ergonomia da Nikon difere da Canon: o disparador do obturador em cima é bem inclinado para frente, enquanto nas Canon ele é quase em cima. Na frente eu achei estes controles muito mais fáceis de usar que as EOS uma vez que eles ficam próximos aos dedos, enquanto a Canon os esconde ao redor das coisas. Por exemplo estes dois botões Fn programáveis estão no lugar exato do alcance da minha mão direita, enquanto na 5D Mark II, 5D Mark III e 6D eu tenho de apertá-los com a mão esquerda, aquela que opera a lente. Ou seja, para qualquer preview simples da abertura eu tenho de deslizar a mão da lente para o corpo nas EOS.

Nikon D800

Flash embutido tem funções Master para controle sem fio.

Em cima, do lado direito, o top LCD tem informações de exposição, drive, AF, cartão de memória e bateria; um “recurso” que as fabricantes tiram nas máquinas menores. O botão MODE substitui a roda de seleção PASM; o REC é para disparar vídeos, compensação da exposição +/- e o disparador que fica no centro do liga/desliga. Empurrando a chave “ON” no sentido horário é possível ativar a iluminação verde desta tela; mas infelizmente os botões do corpo não são iluminados como na D4.

Nikon D800

Top LCD mostra informações de exposição, capacidades do cartão e da bateria, etc.

Aqui vive outra diferença entre Canon e Nikon, sobre como eles veem as linhas “prosumer” e profissional. A Canon usa o dial “PASM + modos semi” nas Rebel, #0D, 5D, 6D e 7D; e um botão MODE na 1D, sem qualquer dial esquerdo. Já a Nikon usa o dial esquerdo para funções PASM + semi nas linhas de entrada [até D750(?)], e o botão MODE nas D4 e D800 (E e D810); sem perder o dial esquerdo! Nestas câmeras maiores ele ganha funções de drive e botões de ISO, WB, qualidade e BKT do outro lado, e exigem que o fotógrafo tire os olhos do visor para ajustar sets simples como o ISO. Assumo que eu gosto deste botão MODE e o dial com funções de drive; mas não queria perder os botões do lado direito. Ainda não encontrei a câmera com a ergonomia perfeita.

Nikon D800 EOS 6D

Esquerda: D800; direita: EOS 6D. Roda PASM da Canon é substituída por botões de exposição.

Então vamos focar neste tal dial, que fica ao redor de quatro botões ISO, WB, QUAL e BKT, auto-explicativos. O disco em si tem o controle “drive” da câmera: Single, Continuous Low, Continuous High, Quiet (só desce o espelho quando você soltar o dedo do obturador, atrasando o barulho), Self-Timer e mirror UP, também auto-explicativos. Eu adorei este ajuste físico porque é mais rápido que o ajuste por botões da Canon. Mas colocar o botão de ISO do outro lado da câmera, o lado que a mão esquerda fica embaixo da objetiva para apoiá-la, é um crime, Nikon!

Nikon D800

Adorei este dial Drive, é muito mais fácil de escolher o modo do que apertar botões.

Simplesmente não dá para ajustar o ISO de maneira rápida sem tirar os olhos do viewfinder, você tem de tirar a câmera do rosto, soltar a lente e apertar o botão. E não que os botões Fn aceitem a programação deste controle para compensar; não, não aceita. Pra mim é um erro grosseiro, um incomodo sempre, e que a Nikon parece não querer resolver: a D810 e D750 recentes continuam sem um botão ISO ao alcance dos dedos! Eles acham que a função Auto-ISO resolveria tudo isto, mas não gosto de controles automáticos. Falta um botão físico do lado certo, sem comentários!

Nikon D800

É assim que eu consigo ajustar o ISO nesta câmera: com o dedão da mão esquerda, péssimo.

Atrás, na metade de cima, da esquerda para a direita, temos: o botão playback e lixo, inteligentemente próximos um do outro; o viewfinder de cobertura 100% (ótimo!) e borracha circular, típico das tops Nikon; botão AE-L e AF-L no centro do dial de seleção do modo de fotometria; AF-ON e o segundo dial de exposição horizontal, próximo do dedão.

Nikon D800

Botões playback e delete estão perfeitamente posicionados.

Nikon D800

E do lado direito temos controles relacionados ao disparo da câmera, além do segundo dial horizontal.

O destaque vai para este viewfinder enorme que é típico das DSLR full frame, com cobertura total do quadro e ampliação 0.7x para facilitar a composição. E dentro ele é extremamente inteligente, com um overlay de cristal líquido que pode ativar diversos grids diferentes: de composição, de área FX ou DX, de pontos de foco e até da régua de orientação da câmera. Na minha opinião faz parte do enorme prazer de fotografar com este modelo porque dá uma experiência “premium” ao fotógrafo: é grande, claro e cheio de informações. Ah, e ele ainda pode ser fechado com uma cortina integrada, para a luz de fora não interferir em longas exposições.

Nikon D800

Viewfinder é enorme, claro, com 100% de cobertura; ponto para Nikon!

Embaixo o painel é dominado pela tela LCD de 3.2” na proporção 4:3, que mostra a imagem 3:2 junto de informações de exposição sem overlay; ou o video 16:9 ao centro. Com 921k pontos ele é detalhado e bem colorido, mas sofre com a renderização amarelada das fotos na hora do playback. É virtualmente impossível avaliar o white balance por esta tela LCD, e acredito não ser um problema do módulo em si: outros itens da interface tem cores normais, este painel consegue sim mostrar outros tons além de amarelo e verde. O protetor Nikon BM-12 já vem instalado.

Nikon D800

Painel LCD traseiro em modo INFO mostra todas as configurações da câmera.

Ao redor está o layout de botões quase idêntico a D4. Do lado esquerdo, de cima para baixo: MENU, proteger a foto (chave), ampliação no playback para + ou para menos, e OK. Este “OK” é curioso porque serve principalmente como uma confirmação para ajustes importantes, como formatar o cartão. Queria que ele fosse um “Fn” programável para colocar, tcha-ram, o ajuste ISO. E do lado direito temos um jog direcional em nove direções, usado para navegar os menus, o acesso ao Live View do tipo foto ou vídeo, e um “info” perdido, que ativa as informações do LCD traseiro.

Nikon D800

Conjunto de botões do lado esquerdo.

Enfim aqui atrás também fica outra principal diferença mortal entre Canon e Nikon: a Canon tem um dial horizontal no lugar deste jog, e é o maior motivo do switch de quem usa Nikon para Canon. Este dial horizontal que existe desde sempre nas EOS é MUITO mais rápido de usar que o dial vertical de dedão, e geralmente está programado para o exposure compensation nos modos semi; ou para o obturador no modo M. E melhor: ele passa as fotos do playback quase que instantaneamente na Canon. Na Nikon? Você precisa passar uma foto de cada vez apertando o controle pra esquerda ou para a direita. É super devagar, arcaico, chato, impreciso e até dói no dedo. Se eu tivesse de mudar alguma coisa, seria este jog traseiro da Nikon.

Nikon D800

Cartões CF e SD podem ser usados em diversos modos, como overflow, backup, ou raw/JPEG para cada um.

Nikon D800

Todas as portas de um lado só, atrás de uma porta bem construída!

Nikon D800

Bateria é taxada em 900 fotos (CIPA), apesar dos arquivos gigantes.

Bom, de cada lado nós temos o acesso aos cartões de memória, portas USB, HDMI, microfone e fone de ouvido, além da bateria embaixo. Tenho a D800E há dois anos mas parece que comprei ontem, apesar de ter circulado o planeta comigo. É muito bem construída, com botões de operação perfeita, com um gosto “premium” um pouco maior que a mesma classe Canon, que seria a 5D Mark III hoje. No geral é uma câmera grande, robusta, ferramenta mesmo; não é para os que não tem propósito. Ela inspira trabalho e deve ser usada como uma ferramenta para as imagens.

DESTAQUES - AF

Nikon D800

O meu recurso favorito da D800E, e a vantagem de refazer este conteúdo com dois anos de experiência, é o fantástico AF de 51 pontos. Baseado no módulo Multi-CAM 3500FX, o mesmo da D700 e D3, ele recebeu diversos ajustes para precisão e velocidade, ganhando o termo “Advanced” na frente do nome. Agora compartilhado pela D4, este sistema consegue medir contraste a até -2 EV, que é “próximo do limite da visão humana em ver os objetos pelo viewfinder” (palavras da Nikon). Ou seja, se você consegue enxergar o objeto a ser focado, com certeza D800/D800E/D4 também conseguem. E com a precisão que os arquivos de 36MP exigem, ele tem 15 pontos cross-type no centro que medem o contraste nos dois eixos; e 01 ponto até f/8 para usar com teleconversores e lentes zoom. Enfim, nenhuma outra Nikon tem um sistema AF tão avançado, D4S e D810 apenas receberam novas funções de grupo no mesmo módulo.

“Lumiére” com a Sigma 50mm f/1.4 DG HSM em f/1.4 1/60 ISO1600; escuridão total na exposição “Le Parc Lumière” no Museo Malba em Buenos Aires. Se você consegue ver no escuro, há chances do módulo 3500FX também ver.

“Lumiére” com a Sigma 50mm f/1.4 DG HSM em f/1.4 1/60 ISO1600; escuridão total na exposição “Le Parc Lumière” no Museo Malba em Buenos Aires.

Na verdade o que eu gosto mesmo não são estes números, mas o que dá para fazer com eles. Além dos modos óbvios single shot, auto e manual (com seleção de ponto); e continuo, também com auto e manual com seleção de 9, 21 ou 51 pontos de assistência, a Nikon é a única com um tal de 3D Focus Tracking, que usa informações de cor do sistema RGB AE de 1005 pontos (praticamente uma filmadora) para acompanhar com precisão o objeto escolhido.

“McLaren” com a AF-S 85mm f/1.8G em f/1.8 1/4000 ISO100; AF-C acompanha objetos em movimento.

“McLaren” com a AF-S 85mm f/1.8G em f/1.8 1/4000 ISO100; AF-C acompanha objetos em movimento.

O interessante não é usá-lo em situação de esporte e ação, que outras fabricantes fazem; mas a detecção automática de um modo “foco e recompor” novo. Basicamente em outros sistemas o “foco e recompor” consiste em focar usando um único ponto, e recompor movimentando a câmera. O problema é que, dependendo da mudança de posição, ela pode ser o suficiente para tirar o plano de foco. No 3D Focus Tracking não. Você foca com um ponto e mantém o sistema acionado; e na hora de recompor, a câmera acompanha o objeto durante a recomposição.

“?” com a Sigma 50mm f/1.4 DG HSM em f/1.4 1/350 ISO100; suavidade no bokeh. 3D Focus Tracking permite recompor o quadro sem perder o sujeito dos pontos de foco.

“?” com a Sigma 50mm f/1.4 DG HSM em f/1.4 1/350 ISO100; suavidade no bokeh. 3D Focus Tracking permite recompor o quadro sem perder o sujeito de foco.

Isto é muito mais preciso que o método tradicional ou usar um modo continuo simples, que geralmente é baseado em predição de velocidade/distância. O 3D apenas acompanha o sujeito, mirando para precisão no lugar da velocidade. Virtualmente todas as minhas foto da Nikon D800E até hoje estão em foco por causa deste recurso. É extremamente preciso e de longe o meu recurso favorito na hora de levar a Nikon D800E para fotografar.

QUALIDADE DE IMAGEM

“g_rl” com a AF-S 50mm f/1.8G em f/1.8 1/125 ISO800.

“g_rl” com a AF-S 50mm f/1.8G em f/1.8 1/125 ISO800.

Com 36MP, as D800/D800E apresentadas em 2012 foram as primeiras DSLR de formato 135 full frame a ultrapassarem os 24MP de resolução da Nikon D3X, de 2009. Nenhuma Canon EOS passa dos 22MP da full frame 5D Mark III; no APS-C, a Samsung NX1 passou dos 24MP com 28MP agora em 2014; e só backs digitais de médio formato passam dos 30MP, para impressões realmente grandes, cheias de detalhes principalmente para trabalhos em estúdio. Mas o destaque não é somente do vários megapixels, já que qualquer APS-C de 18MP tem mais pontos na mesma área que os 36MP desta FX; mas a qualidade deles, com 14-bits de profundidade de tons, em arquivos com 80MB+.

“Árv_re” com a Ai-S 50mm f/1.2 em f/8 1/180 ISO200.

“Árv_re” com a Ai-S 50mm f/1.2 em f/8 1/180 ISO200.

Crop 100%, detalhes, detalhes, detalhes, detalhes…

Crop 100%, detalhes, detalhes, detalhes, detalhes…

“Arroz” com a AF-S 50mm f/1.4G em f/8 1/250 ISO100.

“Arroz” com a AF-S 50mm f/1.4G em f/8 1/250 ISO100.

Crop 100%, ampliações ultrapassam o A0 com qualidade.

Crop 100%, ampliações ultrapassam o A0 com qualidade.

“Venezia” com a AF-S DX 35mm f/1.8G em f/8 1/200 ISO100. Mesmo em modo DX sobram 15MP de resolução.

“Venezia” com a AF-S DX 35mm f/1.8G em f/8 1/200 ISO100. Mesmo em modo DX sobram 15MP de resolução.

Crop 100%, micro detalhes do sensor sem efeitos AA.

Crop 100%, micro detalhes do sensor sem efeitos AA.

A principal característica dos arquivos fica de fato no volume de informações com tantos pontos no sensor. É divertido ver todos os detalhes de clicks “mundanos” feitos por uma DSLR sem os controles/pegada/tamanho de sistemas digitais maiores. Além disso a D800E conta com o efeito low-pass do filtro anti-aliasing cancelado, para ainda mais definição e micro contraste em lentes otimizadas, principalmente as primes f/1.4G em aberturas acima de f/2.8, ou zoom de alta qualidade como as top AF-S de abertura f/2.8G. É tanta exigência com resolução que a Nikon lista poucas objetivas Nikkor de fato capazes de atender o sensor desta máquina. Se prepare para investir em vidros de peso (sem trocadilho) se quiser aproveitar toda resolução que ela oferece.

“Taipei” com a AF-S 50mm f/1.4G em f/5.6 1/250 ISO100.

“Taipei” com a AF-S 50mm f/1.4G em f/5.6 1/250 ISO100.

Crop 100%, são histórias dentro das fotos…

Crop 100%, são histórias dentro das fotos…

“Ubud” com a AF-S 50mm f/1.4G em f/8 1/100 ISO400.

“Ubud” com a AF-S 50mm f/1.4G em f/8 1/100 ISO400.

Crop 100%, paisagens prontas para ampliações de galeria!

Crop 100%, paisagens prontas para ampliações de galeria!

“Taipei 2” com a AF-S 50mm f/1.4G em f/5.6 1/400 ISO100.

“Taipei 2” com a AF-S 50mm f/1.4G em f/5.6 1/400 ISO100.

Crop 100%, são fotos dentro das fotos com a D800E.

Crop 100%, são fotos dentro das fotos com a D800E.

Outro destaque que chama a atenção, e um recurso que uso demais principalmente na fotografia de rua com exposições complicadas, é como os arquivos raw .NEF agüentam correções pesadíssimas via software sem mostrar banding ou distorção nas cores. Vindo de um kit Canon e que tenho até hoje, a diferença é gritante. Na maioria das exposições com a D800E eu consigo tratar o arquivo quase como um HDR bracketing, iluminando sombras escuras e recuperando detalhes em zonas de superexposição; mas numa exposição única! O resultado é perfeito, colorido, sem ruídos, poderoso. Simplesmente é outro nível de qualidade de imagem a partir do sensor que não estávamos acostumados nas DSLR. Não dá para ver as outras câmeras com os mesmos olhos depois dessa linha. Você pode tanto 1) errar grosseiramente a exposição e corrigir depois; ou 2) recuperar sombras em fotos que priorizavam os highlights, numa exposição só; ou 3) enxergar no escuro com qualquer lente. É excelente de usar e marca registrada do modelo.

“downtown_toronto” com a AF-S 24-120mm f/4G ED VR em f/7.1 1/160 ISO800 @ 24mm; exposição complicada contra a luz…

 

“Eaton” com a AF-S 50mm f/1.8G em f/2.8 1/400 ISO400, direto da câmera e depois do pós-processamento.

Enfim um aspecto sempre comentado por vocês e que levantou questionamentos no mercado por causa de tantos pixels é o famoso “desempenho ISO”. E sinceramente considero excelente, na mesma casa de outras câmeras da mesma geração mas com bem menos pixels. Os arquivos são limpos de ISO100 até ISO400, tanto em sobras quando em highlights; e seriam estes os valores que eu escolheria para trabalhos com impressões gigantes, sem ruído. E a partir de ISO800 o noise fica visível em qualquer zona mas vocês já sabem que eu não acho este aspecto ruim. Então ele fica “charmoso” na hora das impressões de grande formato e não é muito difícil ouvir dos clientes um pedido pelos ruídos. Em ISO3200 ele é super orgânico e perfeito para trabalhos P&B, ou fotos com personalidade a cores. Ele não fica colorido como “video noise”, mas “granulado” como filmes antigos. Eu gosto deste look e às vezes uso criativamente dependendo do trabalho. Resumindo, os dois looks estão lá, com ou sem ruídos, para o que você precisar.

“walk” com a AF-S 50mm f/1.8G em f/1.8 1/200 ISO3200; fechado para web, mal se vê os ruídos.

“walk” com a AF-S 50mm f/1.8G em f/1.8 1/200 ISO3200; fechado para web, mal se vê os ruídos.

Crop 100%, de perto eles tem aparência orgânica, excelente para impressões.

Crop 100%, de perto eles tem aparência orgânica, excelente para impressões.

“bike” com a AF-S 50mm f/1.8G em f/1.8 1/125 ISO3200; novamente, reduzido para web não se nota os ruídos.

“bike” com a AF-S 50mm f/1.8G em f/1.8 1/125 ISO3200; novamente, reduzido para web não se nota os ruídos.

“Madmen” com a AF-S 50mm f/1.8G em f/1.8 1/100 ISO3200.

“Madmen” com a AF-S 50mm f/1.8G em f/1.8 1/100 ISO3200.

Crop 100%, ruídos em ISO3200 são bonitos na minha opinião.

Crop 100%, ruídos em ISO3200 são bonitos na minha opinião.

VEREDICTO

Se este artigo parece curto, ele é: não tenho muito o que investigar na linha D800 para atestar que é um modelo campeão. Tendo usado outros modelos como D600 e até a D750, não vejo motivos para deixar os 36MP de fora. Primeiro, se tantos pontos forem um problema para você, poderá usar formatos menores raw, com 12-bits (57MB) e/ou comprimidos (32MB). Segundo,  a operação é perfeita neste corpo grande, com a mesma lógica da D4 (botão MODE sem roda PASM); você realmente precisaria de um corpo menor para escolher outro modelo. E terceiro, o preço agrada pelo set de funções: são cerca de US$3000 pelo melhor sensor FX do mercado, com um sistema AF fantástico, e ainda com recursos extensos de vídeo. Enfim, quer a câmera mais completa do mercado hoje? Na minha opinião é a D800 da Nikon. Sem dúvidas uma campeã do meu kit, eu não poderia ter entrado melhor no mundo deste fabricante. I AM, TOO, NIKON. :-) E boas fotos!