Canon EOS M5

Modelo de Kübler-Ross


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Tempo estimado de leitura: 34 minutos e meio.

Maio/2017 – A EOS M5 é o mais próximo que a Canon já chegou, de tentar entregar numa câmera “mirrorless” a mesma qualidade de suas DSLR. Uma linha que por quatro anos se recusou a 1) competir pau-a-pau com o restante do mercado e/ou 2) ser uma alternativa viável as máquinas EOS grandes, a M5 de 2016 é finalmente a câmera que trás num pacote portátil, as duas “sacadas” de maior sucesso das DSLR Canon: a ergonomia bem acertada, com botões e discos de operação físicos, ao alcance dos dedos; e o foco automático confiável, rápido e preciso, não importa o sujeito. Embora pequena, a M5 não deixa ainda de avançar a linha EOS com novas tecnologias, como um novo sensor APS-C de 25.8MP, 24.2MP usados para fotos e o restante usado para o estabilizador eletrônico “Digital IS”; um novo processador DIGIC7, mais rápido para renderizar o Live View, e interpretar as informações do Dual Pixel; disparo contínuo até 9 fotos por segundo, pronto para fotografar ação; viewfinder OLED integrado, antes um adicional a EOS M3; e a conectividade do Bluetooth LE (“low-energy”), complementando o Wi-Fi e o NFC para novas funções sem fio. Uma câmera que tentará agradar amadores e profissionais, por US$979 (só o corpo) a EOS M5 é bem cara com a EOS 80D “logo ali” por US$1099, ou a contemporânea Sony A6300 por US$898; ambas potencialmente mais capazes que a M5, esta que também usa o limitado mount EF-M (são mais US$200 no adaptador para objetivas EF e EF-S). Mas vale a pena pagar o preço só pela portabilidade? Vamos descobrir neste review completo! Boa leitura. (english)

CONSTRUÇÃO E OPERAÇÃO

Canon EOS M5

Em 11.2 x 8.8 x 6.2 cm de 428gr de principalmente plásticos, exceto em alguns dials, infelizmente a primeira coisa a notar na nova EOS M5 é a qualidade da construção, tosca e incompatível com o preço; difícil de recomendá-la depois dos reviews de Fujifilm X-Pro 2 e X-T2 (mais caras, eu sei); Sony A6500 (também mais cara) e A6300 (er, mais barata). Sim, me dói o coração fazer uma reclamação tão grave e tão breve num review, mas a realidade é esta: a EOS M5 é umas das câmeras piores construídas que já vimos por aqui, comparável apenas à Fujifilm X-A2, uma “plastic fantastic” de US$549; o kit! Com painéis de plástico em cima, atrás, na frente e embaixo, a EOS M5 estala sob qualquer apertão mais firme nos botões, junto de dials e portas que balançam; chocante comparada às EOS M anteriores (M, M3 e M10) bem mais sólidas, feitas de metal. Embora alguns sites tenham confundido o material usado na construção da M5, dizendo que ela também é feita de metal (apenas alguns dials o são), não se enganem: a construção da M5 é de plástico, e um passo atrás da concorrência, das próprias EOS M anteriores, e das DSLR da Canon; inexplicável!

Canon EOS M5

Superado o choque de pagar cerca de US$1000 num corpo feito de isopor, pelo menos a ergonomia digna de uma Canon EOS é o ponto alto da M5; certamente um destaque no mercado mirrorless, já saturado com os mais diferentes estilos de fotografar. Nas mãos a M5 é praticamente uma micro-DSLR EOS, com discos e botões nos mesmos lugares, além de uma “pegada” (grip) protuberante a direita, “alta” como a Fuji X-T2 com apoio a todos os dedos da mão (enquanto a Sony A6#00 mais baixa deixa dois dedos dobrados em baixo). O dedo indicador “cai” sobre um disparador em ângulo, liso mas confortável de usar, infelizmente com dois estágios “frágeis”, fáceis de apertar por inteiro (e disparar a foto) quando queríamos apenas iniciar o ciclo de foco automático. Pelo menos as diminutas dimensões da M5 mantém o dial principal frontal da Canon, com a mesma função de qualquer EOS grande: abertura em modo Av, e obturador em modo Tv. É bem mais prático de usar que os discos escondidos das Fujifilm; ou a ausência total de dial frontal das Sony A6300/A6500.

Canon EOS M5

Apesar de familiar, a EOS M5 trás novidades aos controles da linha EOS. O destaque vai para o botão + disco DIAL FUNC., nunca antes visto numa EOS, e emprestado da linha Powershot da Canon. Sabe aquela “fileira” de botões ISO/WB/metering/AF/DRIVE à esquerda, perto das telas LCD de cima das câmeras EOS? Pois é, o DIAL FUNC. substitui tudo aquilo com um único sub-submenu overlay, central, na interface da câmera, ativado pelo botão (aperte DIAL FUNC. até chegar na opção desejada), e controlado pelo disco dedicado; sem ocupar outro dial ou botão. Embora venha programado de fábrica apenas para WB e ISO (e eu até prefiro assim), é possível ativar todo o restante (metering, AF, DRIVE), para praticamente a mesma experiência das câmeras grandes. É tão útil que questiono até por que a Canon não coloca o mesmo DIAL FUNC. na linha Rebel, agora que a T6s (que tinha uma mini tela LCD + botões em cima) virou 77D (não é mais Rebel); e a T7i sofre sem estes botões. A EOS M5 é um Frankenstein de controles que se adapta a diversos tipos de trabalho, e estou até esquecendo como ela é mal construída… Não, espere, lembrei de novo!

Canon EOS M5

Ainda do lado direito a EOS M5 ganha outro controle da linha Powershot: um dial dedicado de compensação da exposição, pronto para criar confusão em quem vem de uma EOS grande. Na maioria das DSLR da Canon, a compensação da exposição é feita pelo dial traseiro, aquele ao alcance do dedão, e basta girá-lo para esquerda ou para direita, para a “régua” do fotômetro variar de acordo; é muito ergonômico. Mas na M5 o disco traseiro não serve para nada, e você deve usar o disco de cima, este até bem construído; mas bem menos intuitivo. Há ainda um disco traseiro: minúsculo, fininho, ao redor de um controle direcional para cima/baixo e esquerda/direita, além do tradicional SET central das EOS Canon; de novo, bem mais prático do que a T6i sem o disco. Realmente a Canon se superou na oferta de controles da compacta EOS M5, e impressiona a engenharia para incluir tantos controles fluídos ao alcance dos dedos. Eu até poderia pensar em reclamar que a M5 é complicada de usar, com tantos botões, mas deixo esta conclusão à vocês.

Canon EOS M5

Para ser uma câmera realmente pequena, a Canon continua a oferta de botões do lado direito; sem crescer para cima ou para os lados, para acomodá-los. MENU, playback, INFO e gravação de vídeos estão ao redor do dial, e “*” e “+” estão “atrás” do gatilho para o dedão; confortáveis de usar, sem dobrar o dedo. Como qualquer EOS, é possível configurar a “*” para operar o AF separado do disparador, coisa que já deveria vir programada de fábrica; todo mundo usa assim. O botão “+” é exclusivo do foco, e nesta mirrorless “100% Live View” invoca controles diferentes: é possível mudar o tamanho da área de foco, centralizá-la ou dar zoom (5x – 10x) no ponto, tudo ao alcance do dedão; superior aos controles da tela LCD na EOS M original. Ainda por cima – sem trocadilhos – há um botão M-Fn, programável para qualquer função. E por incrível que pareça há ainda um botão frontal, aquele de “previsão da abertura”, impressionante numa câmera compacta; também programável. Por último há o disparador do flash embutido, coisa que a Canon se recusa a implementar até nas EOS full frame, mas que encontrou um lugar na M5, com guia 5. Por outro lado ele é limitado via software, por exemplo sem funções “sem fio”, como veremos mais adiante.

Canon EOS M5

Do lado esquerdo, em cima, a Canon dedica a EOS M5 a apenas um disco gigante de modos de operação. Tão bem construído quanto o de compensação da exposição (estes não balançam), o disco agradará profissionais e amadores: há o tradicional PTAM, para controles semi-automáticos ou manual da exposição; há dois slots “hardcore” C1 e C2, para gravar tudo o que for programado na câmera, uma surpresa pela flexibilidade, apesar de outras limitações do software, e coisa que nenhuma Rebel oferece; dois modos automáticos, um para fotos e outro “híbrido” para fotos e vídeos; além dos modos HDR, “cena” e vídeo dedicado; ainda com um último ícone da “câmera com uma estrela”, que invoca o modo “Creative Assist”. Este é um dos mais interessantes deles, porque demonstra a boa vontade da Canon em oferecer uma plataforma fácil para iniciantes, ainda não acostumados com os controles de exposição. No lugar de f/stop ou 1/##, dois sliders gráficos ajustam “mais ou menos desfoque”, ou “mais ou menos brilho”, e a câmera controla sozinha a abertura/velocidade de acordo; tosco para profissionais, mas bacana para quem está começando. Dediquei um parágrafo inteiro a ele porque eu mesmo não conhecia, e tive de pegar o manual de instruções para aprender o que era tal ícone; estamos sempre aprendendo. ;-)

Canon EOS M5

Dos lados da EOS M5 a Canon tropeça na lógica e na ergonomia; todos ridículos para 2016. À esquerda as portas de comunicação USB2.0 (sim, 2.0! E ela não carrega a bateria!), remote (?) e entrada para microfone estão atrás de uma borrachinha frágil, fina, pronta pra quebrar daqui seis meses. E sim, vocês leram certo: “entrada para microfone” mas nada de saída para fones de ouvido; assim como nas Sony A6300/A6500. Eu até entendia a má vontade da Sony em mudar a plataforma da A6000, mas a Canon fazer o mesmo num corpo novo é patético. E sim, vocês leram certo de novo: é só isso deste lado. A porta HDMI está do outro lado, embaixo do grip da mão, um banho de água fria em quem pretendia usar a porta para gravar vídeos num gravador externo, enquanto seguravam a câmera nas mãos. Aliás, a saída HDMI não oferece um feed “limpo”, sem compressão, durante as gravações de vídeo. Ou seja, além de portas espalhadas dos dois lados, com ergonomia pobre, faltam portas. E as que tem, não fazem o que gostaríamos. Dá pra acreditar na Canon EOS M5 de US$1000? Para qualquer trabalho mais “sério”, sinceramente, não.

Canon EOS M5

Enfim, embaixo, a EOS M5 aceita as baterias LP-E17 e os cartões SD-XC com protocolo UHS-I. Os dois vão na pior “porta de bateria” de todos os tempos: longa, oca, de plástico com estrutura de metal que balança, no canto da câmera e sem vedações de borracha. Como a porta é muito longa e a estrutura da dobradiça é presa numa fina placa de alumínio, as duas peças balançam entre si; nunca parecendo realmente fechada depois de encaixar no lugar. Como a porta faz parte do design das curvas da câmera, ela é um ponto de impacto frágil, prontinha pra quebrar na primeira batida; inaceitável num produto que gostaríamos de carregar o tempo todo na mochila. Eu sei que parece muito chato ser tão detalhista, mas em tempos de smartphones de metal, bem construídos e que duram a vida toda, não dá para aceitar uma máquina de US$1000 tão mal feita; a EOS M de 2011 não era porca assim. De positivo, porém, a bateria é compartilhada com a EOS T6s/T6i, bacana para usar a M5 no mesmo kit. Por outro lado, a previsão de duração é para 350 fotos, variando com uso da tela LCD/EVF/flash; planeje carregar mais baterias com você. E o cartão SDXC de protocolo UHS-I… Bom, falarei da performance dele numa sessão sobre velocidade, em seguida.

Canon EOS M5

A EOS M5 é uma surpresa de mal gosto quando pegamos a câmera nas mãos. Eu sei que este texto parece “detonar” o equipamento, mas a culpa é toda da Canon: estamos em 2016 e a M5 deveria ser um exemplo da ergonomia e da qualidade de construção da fabricante; afinal estamos pagando US$1000 por isso, e estamos acostumados até nas câmeras mais simples. Mas eles falham em entregar o básico, e fica difícil recomendá-la 1) para profissionais, que gostariam de uma EOS portátil como backup e 2) para iniciantes, que queiram ter uma experiência digna para o preço. O que a Canon faz de bom é sempre a ergonomia: excesso de controles flexíveis, rápidos e intuitivos, que se adaptam a praticamente todos os tipos de trabalho; de longe o mais próximo de uma DSLR que já chegamos no mirrorless até hoje. A M5 consegue ser pequena sem ser apertada, e este é o maior prazer em usá-la. Mas os botões que “estalam” na primeira apertada… Os dials que balançam… E as portas mal construídas em 2016… A Canon fez de tudo para tirar “o tesão” de termos uma mirrorless EOS. E ainda nos cobram US$1000 por isso! Inaceitável.

O RUIM E O BOM - EVF & LCD

Canon EOS M5

Atrás a EOS M5 é dominada pela tela LCD de 3.2” com 1.62 milhões (!) de pontos, em proporção 3:2 e sensível ao toque. E, por incrível que pareça, dada a “economia” estrutural da EOS M5, este é um dos melhores LCD que já vimos numa mirrorless. A contagem de pontos é quase o dobro da A6500, que o mercado tanto adora; são 60% mais pontos que a Fuji X-T2; e na mesma classe apenas da Fuji X-Pro 2 (sem touch) e da 5D Mark IV, que custam US$1699 e US$3499, respectivamente. Aliás, imagino inclusive que a Canon compartilhe do mesmo painel da Mark IV, de tão parecidos. Mas diferente da 5D, na M5 a tela “gira” 85º para cima, para usarmos na altura dos quadris, ou até 180º para baixo; efetivamente virando para frente, próprio para tirar selfies. Embora desta forma a tela não funcione com a câmera sobre um tripé (sorry, YouTubers), pelo menos a estrutura do painel é robusta, sem balançar como na Fuji X-A2. Ainda, este painel na proporção 3:2 é a mesma do sensor de imagem, imenso para mostrar as fotos. Enquanto na A6300/A6500 as fotos viram “fotinhos” no painel 16:9, na M5 a Canon brilhantemente manteve a mesma telona da 5D Mark IV, inclusive com toda interface sensível ao toque; aprende, A6500!

Canon EOS M5

Em cima, ao centro, a M5 é a primeira EOS a vir com um viewfinder eletrônico (EVF) embutido, enquanto na M original nós dependíamos somente do LCD, e na M3 o EVF era vendido a parte. Diferente de uma DSLR, em que a imagem da objetiva é refletida “nos olhos” por um espelho e um prisma, nesta mirrorless (“sem espelho”) a imagem é projetada numa tela OLED de 2.36 milhões de pontos, padrão no mercado APS-C, mas na M5 ampliada em apenas 0.62x; bem menor que a Sony A6300/A6500 de 0.7x, ou a fantástica Fuji X-T2 de 0.77x. Além de pequeno, misteriosamente o perfil de contraste e saturação do OLED na M5 é extremamente agressivo, ultra-colorido, inexplicável para uma fabricante que preza pelas cores. Se eu reclamava da Sony e a experiência “eletrônica” demais, longe da realidade do que estava na frente da câmera, na Canon EOS M5 a experiência é uma viagem no ácido! É delirante apontar a câmera para o pôr-do-sol e ver o céu rosa-choque no viewfinder, que também não reflete o perfil de imagem gravado nos arquivos JPEG, que “saem” mudos. Por outro lado, a renderização do EVF é quase livre de moiré e aliasing, demonstrando o poder do Canon DIGIC7 diante o Sony BIONZ X, um ponto positivo junto da taxa de atualização de 120fps, escondida no modo “Display priority: Smooth” no menu.

Canon EOS M5 EVF

Também, a troca entre o LCD e o EVF é estranha, pelo menos para os “padrões 2016”. Primeiro há um lag notável para o OLED “acender” dentro do viewfinder, apesar do sensor de olhos ser bem esperto para desligar a tela LCD e acionar o EVF; com uns bons 1-2 segundos na troca; inaceitável. Se a câmera não estiver ligada então, nossa, são quase três segundos entre a câmera ligar e aparecer alguma coisa no EVF: você liga a câmera, aproxima o olho do viewfinder, a M5 desliga o LCD, e demora para mostrar alguma imagem no OLED; péssimo. Segundo, a M5 não detecta quando a tela LCD está em uso (por exemplo em algum ângulo para cima ou para baixo), e desliga o painel só de você aproximar as mãos da câmera; por exemplo quando usamos a interface touch! Diversas vezes eu fui mostrar alguma foto a amigos, eles segurando a câmera, eu do outro lado da mesa, e tela desligava intermitentemente, sempre que a minha mão passava sobre o viewfinder. A Sony A6500 não tem este problema, já que ela desativa o sensor de olhos quando o LCD está fora do lugar (sim, ela consegue detectar isso). São coisas a notar numa câmera de US$1000 em 2016.

OS BÁSICOS – VELOCIDADE & BUFFER

IMG_0131 Canon EOS M5 EF70-300mm f-4.5-5.6 DO IS USM 1-1000 sec at f - 5.6 ISO 1000 300 mm

Apesar de ser a primeira câmera com DIGIC7 no blog do zack, a EOS M5 tão pouco avança na velocidade da operação. Não sei se por má vontade da Canon ou inexperiência com o mirrorless, mas assim como a EOS M de 2011 e DIGIC4, a EOS M5 de 2016 e DIGIC7 leva seus bons três segundos para ligar, na mesma classe das Sonys A6300/A6500 – o que não é um elogio – e bem longe das Fujfilm X-Pro 2 e X-T2, que levam cerca de 0.5s para ligar. Ou seja, qualquer momento decisivo em que a câmera esteja desligada, pode esquecer: a EOS M5 não ligará a tempo de registrá-lo. E depois de ligada, tudo até funciona, er, razoavelmente bem: o menu principal tem um “micro atraso” entre apertar o botão MENU e a tela LCD responder; há um “micro atraso” entre apertar o botão de disparar e a câmera de fato tirar a foto – mesmo com o foco manual ou já travado -  muito provavelmente em razão das duas cortinas mecânicas usadas na exposição; e o playback leva seus bons dois segundos entre apertar o botão e mostrar a foto registrada. Sim, uns dois segundos para ativar o playback! Não há qualquer senso de urgência na operação da M5, como temos nas DSLR da Canon, apesar dela vir com um processador completamente novo.

“Pink Floyd” com a EOS M5 + EF 70-300mm f/4.5-5.6 DO IS USM f/5.6 1/1000 ISO1000 @ 300mm.

“Pink Floyd” com a EOS M5 + EF 70-300mm f/4.5-5.6 DO IS USM f/5.6 1/1000 ISO1000 @ 300mm.

Em modo de disparo contínuo, por outro lado, a M5 de fato é a mirrorless mais rápida da Canon. Aliás, ela tem “o disparo por Live View” mais rápido de qualquer EOS, incluindo aí a topo de linha 5D Mark IV, que levou o Live View a sério. A M5 vai até 7 quadros por segundo com foco automático e cálculo de exposição, ou até 9 quadros em modo de focagem manual; tudo graças ao DIGIC7. Enquanto não há um menu de seleção entre 9 ou 7 quadros (como o Hi e Hi+ da Sony A6000), de fato quando ativamos o foco manual, o disparo contínuo da M5 é mais rápido. Embora isso não chegue aos pés das duas Sony A6300/A6500, ambas até 11fps com foco automático, pelo menos é uma flexibilidade extra da M5. O buffer aceita apenas 18 arquivos raw + JPEG (o mesmo da 80D) o que, de novo, não se compara às Sonys com 22 (A6300) e 117 (A6500) raw. E a BUS entre o cartão SD e a câmera ainda é UHS-I e 104MB/s, sem compatibilidade ao UHS-II de 312MB/s (não confundir com UHS-1, 2 e 3). Portanto estamos falando de uma tecnologia no mínimo “do ano passado”, enquanto as Fujifilm topo de linha X-Pro 2 e X-T2 aceitam cartões UHS-II, e a mais recente Sony A6500 tem um incrível buffer para mais de 100 arquivos raw.

Crop 50%, 16 arquivos sequenciais, quase o máximo que a EOS M5 armazena no buffer. Clique para ver maior.

Crop 50%, 16 arquivos sequenciais, quase o máximo que a EOS M5 armazena no buffer. Clique para ver maior.

Na prática a EOS M5 é o mesmo que uma EOS Rebel para fotografar ação; o que é um enorme desapontamento para 2016. Enquanto no review da A6500 eu só consegui encher o buffer numa sequência absurda de 117 arquivos raw + JPEG – mais de 10 segundos de disparo a 11 quadros por segundo -, nos testes da EOS M5 era fácil travar a câmera em razão da memória cheia. Isso tira um pouco da “novidade” do foco Dual Pixel SERVO (mais dele a seguir), já que o fluxo de memória não serve para acompanhar ação. Também, durante as sequências de fotos contínuas, as telas LCD/viewfinder mostram apenas o último registro, o que dá certa sensação de movimento para esportes, mas não é o mesmo preview em tempo real das mirrorless mais novas; ou das DSLR com viewfinder óptico. Então parece que a Canon reluta em entregar uma alternativa “barata” às suas DSLR, e a linha “M” como um todo não compete com nada. Enquanto  as Sony Alpha A6000, A6300 e A6500 foram pensadas para competir na verdade com a Canon EOS 7D Mark II de 2014, a Canon não fez o mesmo com a EOS M5 de 2016, apesar de cobrar bem caro por ela.

O DUVIDOSO – AF DUAL PIXEL

Canon EOS M5

Visto a construção, vistos os controles, vistas as telas, a maior novidade da EOS M5 sem dúvidas é a implementação do sensor Dual Pixel. Uma tecnologia apresentada pela Canon lá na 70D de 2013, a ideia é usar duas foto-células de leitura por pixel do sensor, efetivamente transformando-o num chip sensível a distância; a mesma ideia usada pelos módulos de focagem das DSLR (aqueles com pontinhos “phase detection” ), mas aqui numa câmera sem espelho. Na EOS M5, a Canon separa 80% do quadro em 49 “pontos” sensíveis a distância, com sensibilidade a -1EV, menor que a 5D Mark IV com Dual Pixel até -4EV (!), porém com vantagem às Sony A6300/A6500, limitadas a 0EV. E o resultado é assustador: a EOS M5 é de longe a mirrorless com foco automático single mais rápido do mercado, na mesma classe das DSLR ou talvez até além; pelo menos em modo de medição “single”. No modo contínuo SERVO ela ainda se perde para acompanhar sujeitos em movimento, e misteriosamente (dada a tecnologia) fica inclusive atrás da Sony com o 4D Focus.

Canon EOS M5

Embora dependa largamente da objetiva usada, a velocidade do foco da EOS M5 é fantástica. No modo single, aqui testada por exemplo com a antiga Canon EF 35mm f/1.4L USM montada no mount EF-M via adaptador próprio da Canon, o foco não busca e nem demora para ir para o ponto certo: ele literalmente TRAVA. É incrível para mudar de sujeito na cena, seja para “corrigir” alguma focagem errada do fotógrafo (acontece), ou a posição do elemento. É totalmente confiável e prático, como estamos acostumados nas DSLR: se o sujeito estiver na área de focagem, o foco é instantâneo. Também são incríveis a precisão e a sensibilidade, graças a sensibilidade até -1EV, e a M5 impressiona por encontrar o foco inclusive em áreas de baixo contraste, como tecidos lisos, sem estampa, e superfícies suaves como alguns produtos. É realmente outra classe de foco automático single, empurrando a Canon EOS M5 para o topo do mercado mirrorless.

IMG_0265-Canon-EOS-M5-EF70-300mm-f-4.5-5.6-DO-IS-USM-1-1000-sec-at-f-5.6-ISO-1250-300-mmEVF

Porém em modo AF SERVO, a EOS M5 derrapa na performance; voltando inclusiva atrás na performance de outras câmeras Dual Pixel. A EOS 80D com DIGIC 6 foi a primeira a implementar o “SERVO” com o Live View, com chances de acerto baixas, sem de fato calcular o foco na foto seguinte. A EOS 5D Mark IV com DIGIC 6+ levou o Dual Pixel adiante, e trouxe duas velocidades distintas, 7fps e 4fps, baseadas na prioridades da foto: ou o disparo, ou o foco no ponto certo.  E na EOS M5 com DIGIC7, a Canon promete ir até 7 quadros por segundo com foco preditivo que, francamente, não funciona. Além da câmera perder o sujeito com facilidade, afinal assim como as Sony A6300/A6500, falta um fotômetro sensível a pele humana, e mesmo com o modo de seleção de área manual e seguindo o sujeito com as mãos, a chance de acerto é muito baixa. Você seleciona uma área do quadro, e aponta para o sujeito… E o foco não acompanha a ação, repetidas vezes focando atrás do ponto certo! É completamente inútil para situações até simples, e não compete com o 4D Focus da Sony A6500/A6300; uma tragédia para a Canon.

“Óculos” com a EOS M5 + EF 70-300mm f/4.5-5.6 DO IS USM f/5.6 1/1000 ISO1250 @ 300mm.

“Óculos” com a EOS M5 + EF 70-300mm f/4.5-5.6 DO IS USM f/5.6 1/1000 ISO1250 @ 300mm.

Crop 50%, chance de acerto foi menos de 10% em modo wide-area, face detection.

Crop 50%, chance de acerto foi menos de 10% em modo wide-area, face detection.

Para mudança de área de foco, porém, a Canon pega emprestada algumas ideias da concorrência. Como a EOS M5 não tem um “manche” de controle para a zona de focagem, aquele no dedão da 80D, 6D, 7D Mark II, 5DS, 5D Mark IV, Fujifilm X-Pro 2 e X-T2; afinal ela é uma câmera pequena, sem espaço para isto, a ideia é usar o painel traseiro, sensível ao toque, como um “manche virtual” ao alcance dos dedos (“Touch & drag AF”); inventado nas diminutas câmeras do sistema Micro Four Thirds. Quando a EOS M5 está a altura dos olhos, com o EVF ligado e o LCD traseiro desligado, é possível “deslizar” os dedos sobre a tela traseira que está apagada, e usá-la como trackpad (como num laptop) para controlar a posição do foco. É possível controlar qual área do painel estará sensível (a tela toda, só as metades direita/esquerda, ou os quadrantes), a fim de evitar o controle pelo seu nariz (lembre, a câmera estará perto do rosto); e também controlar a relação do movimento dos dedos com a velocidade da mudança; mais rápido ou mais devagar.

Canon EOS M5

E funciona incrivelmente bem. Enquanto no vlog do zack sobre a A6500 eu demonstrei como uma função semelhante era praticamente inútil, sem qualquer precisão e com um atraso medonho entre o deslizar do dedo e a mudança de posição, na Canon EOS M5 a fluidez do controle impressiona, dando outra função a tela LCD. Novamente, é um controle que seria bem-vindo até nas câmeras maiores, tanto nas Rebels que não tem o botão/direcional traseiro, quanto nas top profissionais, cheias de pontos de foco no viewfinder. Em conjunto com o botão + no gatilho da M5, é rápido mudar o tamanho da área de seleção (normal e pequeno); dar zoom na área de focagem, quase instantaneamente; ou mesmo desligar o foco automático, simplesmente apertando o direcional traseiro para “MF”. São detalhes bestas na ergonomia (quem pensaria em colocar “MF” como um botão na câmera?), mas que fazem diferença na hora de usar o foco com eficiência.

IMG_0384-Canon-EOS-M5-EF70-300mm-f-4.5-5.6-DO-IS-USM-1-1000-sec-at-f-5.6-ISO-2500-300-mmEVF

“Specialized” com a EOS M5 + EF 70-300mm f/4.5-5.6 DO IS USM f/5.6 1/1000 ISO2500 @ 300mm.

“Specialized” com a EOS M5 + EF 70-300mm f/4.5-5.6 DO IS USM f/5.6 1/1000 ISO2500 @ 300mm.

Crop 50%, chance de acerto aumenta para apenas 25% com o modo de foco central.

Crop 50%, chance de acerto aumenta para apenas 25% com o modo de foco central.

(OPINIÃO) O que nos leva a pergunta: dá para recomendar a EOS M5 para fotografar ação? Não. A Canon tem uma tecnologia brilhante nas mãos, o Dual Pixel, e consegue resolver numa taca só, dois problemas do foco das mirrorless (ou das DSLR em modo Live View): a velocidade e a medição contínua da distância. No modo single, de fato eles tem uma performance líder: com objetivas topo de linha, no caso as série L USM, em toda câmera com Dual Pixel o foco é instantâneo. Mas no modo contínuo, na Canon chamado de “SERVO”, eles ainda não competem com a Sony. O “4D Focus” da A6300/A6500, embora longe de perfeito, com bem menos pontos e bem menos tecnologia, parece mais confiável que a M5, com boa chance de acerto; desde que você mantenha a área de detecção sobre o sujeito [evite a opção “wide-area” em que a câmera escolhe (e perde) o sujeito sozinha]. Enquanto ele ainda não compita com as DSLR, dá para recomendar. Mas na EOS M5 a promessa da Canon não se realiza, e não recomendo para fotografar nenhum tipo de ação.

O BIPOLAR – EOS MOVIE

Canon EOS M5

Como já praxe nas câmeras EOS da Canon, a função EOS Movie, pensada na gravação de vídeos, vem implementada na M5. E como já praxe na Canon, ela vem sem o 4K, com recursos limitados, e com qualidade duvidosa. Ou não! Na verdade, a EOS M5 é um mix curioso de funções e “inovações”, que não vemos nem nas máquinas mais caras. Por exemplo, o 1080P60 compartilha do mesmo tipo de leitura por line skipping da EOS 80D, aquela com resolução aquém do 1920×1080 real (diminua uma foto de 24MP para 1920×1080 no Photoshop, e compare com um quadro da gravação do vídeo da Canon), e imprópria para gravar com fidelidade cenas cheias de detalhes, como paisagens e texturas urbanas. Porém o novo processador DIGIC7, pela primeira vez numa câmera EOS, lida melhor com moiré e aliasing, enquanto o DIGIC6 da 80D sofria com estes problemas. Então a qualidade do 1080P da EOS M5 se aproxima muito da 5D Mark III, 5DS e 5D IV, e está na frente das APS-C passadas – e mais caras – graças ao processador novo.

Crop 100%, resolução do vídeo 1080P é bem aquém da possível nos 1920×1080.

Por outro lado, os recursos do EOS Movie da M5 são no mínimo bipolares. Enquanto o 1080P vai até os 60fps, com opções de 30fps e 24fps, não há ajuste de compressão “ALL-I” ou “IPB”; aqueles de 95Mbps ALL-I ou 50Mbps/25Mbps (IBP-S) que temos na 80D. Porém ao investigarmos os arquivos da M5 no computador, sabemos que em 60fps eles rodam a 34Mbps; e a 30fps eles rodam a 25Mbps; metade dos 50Mbps das Sony a A6300/A6500 no FullHD. Ou seja, o bitrate da EOS M5 é 1/4 do FullHD da 80D, e 1/2 do HD da A6500. Outro detalhe curioso é o modo de exposição do vídeo: ou 100% automático, ou 100% manual; sem os semi-automáticos como Av (controle da abertura) ou Tv (obturador). Enquanto o ISO pode ser automático no modo manual, você escolhe a velocidade e a abertura, e a câmera controla o ISO sozinha, e com compensação da exposição, os modos Tv e Av misteriosamente não existem no software da EOS M5.

Já para a focagem durante a gravação de vídeos, a EOS M5 é outra gargalhada alta, ressonante, indiscutível. :-D Toquem os tambores: esta é a primeira câmera EOS (fora da linha C, Cinema) a receber o oficialmente o peaking para assistência do foco manual, coisa que não recebemos (e precisamos, urgente!) nem na EOS 5D Mark IV! Imaginem a minha surpresa quando ví o menu “MF peaking Settings” na telinha da EOS M5. Ele está lá, super bem implementado e organizado, com opções de força (high, low), cores (vermelho, amarelo e azul), e é extremamente nítido na tela LCD de alta resolução (chora, Sony A6500) ou no viewfinder. Por outro lado, a grande novidade na focagem automática, o sensor Dual Pixel com transições seguras e suaves de foco automatizado (focus racking), é totalmente limitado: há apenas a opção “Movie Servo AF: ON/OFF”, e mais nada! Não há opções de velocidade (na 5D Mark IV e na 80D são dez diferentes!), e nem os ajustes “responsivelocked-on, para troca de sujeito. Ou seja, sem a flexibilidade de transições super suaves na velocidade mínima, nem a transição rápida para  movimentos sofisticados de travelling.

Canon EOS M5

Canon EOS M5

Ainda, a EOS M5 é a primeira EOS a vir com um estabilizador embutido no corpo, que a Canon está chamando de “Digital IS”. Sensível a 5-eixos (2D + rolagens 3D), ele usa os pixels extras do sensor de 25.8MP, para estabilizar a mesma área de 24.2MP do campo de imagem das fotos, e então gerar um vídeo 1920×1080 estabilizado pelo DIGIC7, poderoso o suficiente para compensar as tremidas das mãos, em tempo real. Compatível com objetivas IS nativas, objetivas sem estabilizador (como a maioria das primes da Canon), e ainda otimizado com duas EF-M (18-150mm e 18-45mm), embora a fabricante não declare de fato quantos “stops” são compensados, o resultados impressionam. Aqui demonstrado com a EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS Nano-USM, sinceramente parece que até ela é “otimizada”: os vídeos gravados nas mãos são tão estáticos quanto os gravados sobre um tripé, e sem “artifícios” digitais como vemos nos estabilizadores dos smartphones. Também não há perda de área de imagem (crop) com a função ativada/desativada, dando indícios que estamos inclusive usando um sensor novo na EOS M5, diferente da 80D, com de fato 25.8MP (está escrito na caixa).

(OPINIÃO) O que, como sempre, nos leva a pergunta: dá para recomendá-la para vídeos? Não. Enquanto a “plataforma” das EOS M compactas seja interessante para prendê-las num drone, usá-las num gimbal motorizado, ou tê-las como backup no kit, não faz qualquer sentido pagar o preço da portabilidade, dadas as limitações do software e da resolução pobre do 1080P por line skipping. Para fazer o que a EOS M5 faz com o Dual Pixel, ou seja, nada, faz mais sentido investir numa EOS T6i com performance semelhante ou apelar para outros meios mais convenientes (o smartphone me vem a cabeça). Enquanto o DIGIC7 seja uma adição bem-vinda, reduzindo ao máximo os problemas de moiré e aliasing, é difícil engolir as limitações da Canon EOS M5 em comparação a Sony A6300 4K, hoje mais barata (embora ela possa super-aquecer). Sob qualquer ponto de vista, sinto muito, mas a EOS M5 não é uma boa alternativa para capturar vídeos; não em 2017.

OS RIDÍCULOS – LIMITAÇÕES DO SOFTWARE

Canon EOS M5

E não só os recursos de vídeo vem limitados na EOS M5. Vindo de um background restritamente profissional, onde eu trabalho com uma EOS 5DS e já testei todos os modelos recentes da Canon (5D Mark IV, 80D), são bizarras as limitações de software que eu encontro na série “M”. Na M5 não há: opção de “Color space: Adobe RGB”; função “Highlights tone priority”, que fotografa a partir de ISO200 e impede qualquer exposição de estourar as luzes; temporizador do BULB; as opções de “Silent shoot”… Mas o que mais incomoda é o “Flash Control” sem um modo sem fio, para usar a cabeça de flash integrada como um commander a outra unidade a distância. Seria para não canibalizar as vendas das DSLR? Ou para simplificar a experiência do fotógrafo iniciante? São limitações que também me impedem de recomendá-la a profissionais. Vocês foram avisados!

OS EXTRAS – WI-FI + NFC + BTLE

Canon EOS M5

Por fim a EOS M5 trás ainda mais novidades às opções de controle sem fio da linha Canon EOS. Se eu já achava a 5D Mark IV absurda pela flexibilidade do Wi-Fi + NFC + GPS, é impressionante que a Canon tenha descoberto ainda mais uma função: a simples inclusão do Bluetooth. Quem já usou a rede sem fio de uma EOS sabe a problemática: configurar a câmera e o smart device na mesma rede, torcer para os dois se comunicarem, e rezar para o aplicativo da Canon encontrar a câmera. Quando funciona, é incrivelmente útil para baixar as fotos do cartão de memória ou até controlar a câmera a distância, com o Live View na tela do celular ou do tablet. Quando eu fiz isso pela 1ª vez na EOS 6D em 2013, foi revolucionário no estúdio. Mas eu sabia dos problemas: era só desligar a câmera para começar toda a configuração de novo, pouco intuitivo e pouco confiável.

Canon EOS M5

Na EOS M5, o Bluetooth propõe uma comunicação constante com o smart device, sem configurar tudo de novo a cada sessão, e com suporte ao “LE” (low energy); que não impacta na duração da bateria dos aparelhos. Funciona assim: direto no aplicativo Camera Connect (iOS ou Android), a EOS M5 já aparece como um aparelho disponível; selecione-a e a conexão é instantânea, sem passwords e sem mudar de rede do celular; é tudo feito pelo Bluetooth. E em seguida, o app repete os passos de antigamente, para então configurar o Wi-Fi: ele oferece um password próprio para conectar a rede Ad-Hoc da câmera, e já te leva automaticamente a seleção de rede do device; inclusive com o password copiado na memória. Basta inserir no campo da rede, e pronto. Os dois ficam conectados ao tempo todo, e você não precisa se preocupar com a duração da bateria.

Canon EOS M5

Para funções simples, como o geotag (usa o GPS do celular para marcar os arquivos da câmera) e um controle básico a distância, a EOS M5 usará o Bluetooth. E para funções avançadas, como o Live View a distância, ou descarregar as fotos no celular, a EOS M5 mudará sozinha para o Wi-Fi. A câmera dá inclusive a opção de terminar a sessão Wi-Fi e voltar para o Bluetooth, simples, eficaz, brilhante! Uma nova função “Bluetooth remote control” ainda dá controles a distância de disparo e playback das fotos, mais simplificados que o Live View completo na tela do celular; mas também consome bem menos energia. E o “Remote live view shooting” é o mesmo de antes, com controle total sobre a área de focagem, a exposição e ajustes da câmera; tudo com um preview em tempo real do sensor da câmera à distância; embora eu não tenha encontrado as funções de vídeo sem-fio da 5D Mark IV (mas está na opção Bluetooth remote control, vai entender). São os controles sem fio mais completos do mercado, coisas que eu sequer comento nos reviews da Sony.

QUALIDADE DE IMAGEM

“El Captain” com a EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS USM em f/6.3 1/250 ISO100 @ 42mm; todas as fotos com a EOS M5.

“El Captain” com a EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS USM em f/6.3 1/250 ISO100 @ 42mm; todas as fotos com a EOS M5.

Com um novíssimo sensor de 25.8MP, 1.6MP usados para o “Digital IS” e 24.2MP usados para a gravação de fotos, a EOS M5 tem a mesma performance da EOS 80D, inclusive com a mesma “saída” 6000×4000, própria para impressões grandes. A novidade é a inclusão do conversor análogo-digital na mesma placa de leitura, o que reduz a dissipação de energia e a temperatura, contribuindo para arquivos mais limpos em ISOs altos, com 1 stop de vantagem no dynamic range, em comparação aos APS-C anteriores da Canon. Na prática a performance é boa: resolução de sobra em ISOs base e até valores altos do ISO; recuperação razoável de luzes e sombras no raw, porém com ganho de ruídos coloridos em valores altos demais; ruídos orgânicos em ISOs altos (além de 4000); e cores saturadas depois do tratamento raw. O “engine” JPEG mudou com o novo DIGIC7, mas continua agressivo para com os detalhes e ruídos, difícil de recomendar para os melhores resultados. A EOS M5 tem as mesmas capacidades das DSLR atuais da Canon EOS (T6i, T6s, T7i, 77D, 80D), apesar das dimensões menores, com operação simplificada.

“Mata” com a EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS USM em f/6.3 1/200 ISO800 @ 135mm.

“Mata” com a EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS USM em f/6.3 1/200 ISO800 @ 135mm.

Aqui testada com a EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS USM, uma zoom-padrão para o dia-a-dia, longe da perfeição de uma prime ou zoom topo de linha, já notamos a tendência perversa dos sensores APS-C da geração atual: só as melhores objetivas, aquelas que custam muito mais caro que as próprias câmeras, tirarão vantagem da resolução de tantos megapixels. É incrível ver detalhes de paisagens, texturas e retratos incrivelmente nítidos em ISO base (100-160), próprio para impressões imensas, de alta qualidade (pense 1.5x1m a 100ppi), muito a frente do que podemos fazer com os smartphones (hoje “parados” nos 12MP) e suas ópticas reduzidas. A M5 é uma compacta com performance de gente grande, e os sensores APS-C impressionam pelas cores, o contraste e a suavidade dos arquivos da tecnologia CMOS, os mesmos usados nas câmeras maiores e com a mesmíssima performance; desde que você use objetivas topo de linha.

“Paisagem” com a EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS USM em f/7.1 1/800 ISO100 @ 135mm.

“Paisagem” com a EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS USM em f/7.1 1/800 ISO100 @ 135mm.

Crop 100%, a resolução dos 24MP mostra detalhes nas texturas das pedras.

Crop 100%, a resolução dos 24MP mostra detalhes nas texturas das pedras.

“Cortes” com a EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS USM em f/7.1 1/400 ISO100 @ 135mm.

“Cortes” com a EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS USM em f/7.1 1/400 ISO100 @ 135mm.

Crop 100%, nitidez da zoom não alcança a performance do APS-C da EOS M5.

Crop 100%, nitidez da zoom não alcança a performance do APS-C da EOS M5.

“Rocha” com a EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS USM em f/7.1 1/200 ISO100 @ 91mm.

“Rocha” com a EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS USM em f/7.1 1/200 ISO100 @ 91mm.

Crop 100%, arquivos gigantes permitem impressões detalhadas, fiéis a realidade.

Crop 100%, arquivos gigantes permitem impressões detalhadas, fiéis a realidade.

“Monument Valley” com a EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS USM em f/7.1 1/800 ISO100 @ 71mm.

“Monument Valley” com a EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS USM em f/7.1 1/800 ISO100 @ 71mm.

Crop 100%, detalhes de sobra no sensor da EOS M5.

Crop 100%, detalhes de sobra no sensor da EOS M5.

O dynamic range aceita ajustes razoáveis na recuperação de luzes e sombras, com até 3 stops de compensação antes de perdemos muita qualidade; a mesma performance da 80D. Enquanto a Canon ainda não tenha a tecnologia do APS-C da Sony, que não é nenhum full frame mas tem quase 1 stop de vantagem em áreas muito, muito escuras, a performance da M5 é mais que o suficiente para lidar com exposições complicadas de alto contraste; ou compensar por erros de exposição, caso aconteçam. Assim como todas as APS-C recentes testadas por aqui (X-Pro 2, X-T2, A6300, A6500, T6i, 80D, D500), ruídos coloridos aparecem nas sombras “recuperadas” no software, que ainda não competem com os full frames nem de duas gerações passadas (a D800E de 2013 é um bom exemplo); embora para a Canon APS-C seja um avanço significativo. Não vemos mais problemas com sombras magentas, e a fidelidade de cores é muito boa para trabalhar.

“Grand Canyon” com a EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS USM em f/7.1 1/60 ISO100 @ 18mm.

Crop 100%, poucos ruídos visíveis na pós-processamento do software.

Crop 100%, poucos ruídos visíveis na pós-processamento do software.

“Grand Canyon II” com a EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS USM em f/7.1 1/60 ISO125 @ 18mm.

Crop 100%, ruídos mais visíveis na compensação de zonas muito escuras.

Crop 100%, ruídos mais visíveis na compensação de zonas muito escuras.

“Sunset” com a EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS USM em f/6.3 1/250 ISO100 @ 29mm.

Crop 100%,detalhes nas áreas de sombra, numa correção modesta da exposição.

Crop 100%,detalhes nas áreas de sombra, numa correção modesta da exposição.

“Tunnel View” com a EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS USM em f/6.3 1/250 ISO100 @ 18mm.

Crop 100%, detalhes preservados nas áreas de sombra.

Crop 100%, detalhes preservados nas áreas de sombra.

A performance sob ISOs altos é interessante na M5: às vezes superior a Sony A6500, às vezes inferior. O incrível é “quando” estas diferenças acontecem: somente acima de ISO6400, o que já é absurdo para qualquer output de qualidade. Até ISO3200, embora os ruídos sejam visíveis nos arquivos, pelo menos os detalhes e cores saem intactas nas fotos da M5; praticamente a mesma performance dos full frames do passado. É muito tranquilo de trabalhar com objetivas f/3.5-5.6, com abertura pequena e menos luz na câmera, “puxando” o ISO para valores altos em qualquer situação de pouca luz. Mas quando ela acontece, a M5 não é de todo ruim: os ruídos somem nas saída web, dada a redução das dimensões dos arquivos; e nas impressões, com os grânulos “combinando” com a textura do papel, bonitos de ver nas mãos. De novo a vantagem está nas cores bem reproduzidas mesmo à noite, sempre interessantes de ver no sistema EOS da Canon.

“W Los Angeles” com a EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS USM em f/5.6 1/200 ISO400 @ 122mm.

“W Los Angeles” com a EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS USM em f/5.6 1/200 ISO400 @ 122mm.

Crop 100%, textura padrão do sensor CMOS, sem perda de detalhes finos.

Crop 100%, textura padrão do sensor CMOS, sem perda de detalhes finos.

“Fim de Tarde” com a EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS USM em f/6.3 1/200 ISO800 @ 135mm.

“Fim de Tarde” com a EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS USM em f/6.3 1/200 ISO800 @ 135mm.

Crop 100%, ruídos visíveis em ISO800 em uma área de sombra.

Crop 100%, ruídos visíveis em ISO800 em uma área de sombra.

“Road” com a EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS USM em f/6.3 1/160 ISO1250 @ 102mm.

“Road” com a EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS USM em f/6.3 1/160 ISO1250 @ 102mm.

Crop 100%, detalhes finos começam a ceder espaço para os ruídos.

Crop 100%, detalhes finos começam a ceder espaço para os ruídos.

“Getty” com a EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS USM em f/5.6 1/200 ISO4000 @ 135mm.

“Getty” com a EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS USM em f/5.6 1/200 ISO4000 @ 135mm.

Crop 100%, ruídos visíveis em ISOs super altos, porém de cores intactas.

Crop 100%, ruídos visíveis em ISOs super altos, porém de cores intactas.

As cores, ainda bem, se mantém fiel às outras EOS. A Canon tem “emprestado” alguns chips de 1” da Sony nas Powershot G7X, e os resultados tem sido desastrosos: foi embora toda a palheta amarela, laranja e vermelha, e sobrou somente a verde e a azul, com fotos “mudas” e eletrônicas. Mas na M5 o novo sensor de 25.8MP e Dual Pixel é fabricado pela própria Canon, e mais uma vez temos um álbum cheio de cores, distinto entre outros reviews. Embora largamente dependa do tratamento feito nos arquivos raw, as cores são “densas”, preenchendo grandes espaços da imagem e dos detalhes sem “estourar” os canais de luz e de sombra, dando outra cara a fotos mundanas, que ainda saem sem graça nos smartphones. É possível saturar os arquivos e manter as nuances e o realismo das superfícies, antes delas parecerem borradas, sem detalhe algum. Os tons de pele também são interessantes, e “casam” com as câmeras maiores, bacana para ter a M5 de backup no kit. Junto das objetivas da série L, quando adaptadas, os resultados são idênticos.

“Tiki” com a EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS USM em f/5.6 1/800 ISO100 @ 27mm.

“Tiki” com a EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS USM em f/5.6 1/800 ISO100 @ 27mm.

“Trama” com a EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS USM em f/7.1 1/500 ISO100 @ 106mm.

“Trama” com a EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS USM em f/7.1 1/500 ISO100 @ 106mm.

“Grand Canyon III” com a EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS USM em f/7.1 1/60 ISO1600 @ 18mm.

“Grand Canyon III” com a EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS USM em f/7.1 1/60 ISO1600 @ 18mm.

“Sunset II” com a EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS USM em f/7.1 1/100 ISO320 @ 64mm.

“Sunset II” com a EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS USM em f/7.1 1/100 ISO320 @ 64mm.

Por fim o engine JPEG toma vantagem do novo processador DIGIC7; porém ainda com ressalvas. Pra falar logo de cara, a Sony A6500 e as Fujifilm X (todas) tem JPEGs melhores que a M5: o BIONZ X gera arquivos tão nítidos que parecem ter saído de uma sensor sem filtro low pass, e a Fujifilm esbanja personalidade nas conversões de películas antigas Velvia/Astia. Mas o DIGIC7 ainda mata os detalhes até nos ISOs baixos (100-400), com blocos de cor “chapados” e sem textura; esconde ainda mais os detalhes em ISOs altos (800-3200), mesmo com o redutor de ruídos desligado; e gera cores “lavadas”, implorando para um boost no pós-processamento, difíceis de publicar com impacto direto da câmera. Por outro lado, uma função interessante do DIGIC7 é como ele lida com a difração: mesmo em fotos com f/11 para cima, a nitidez não é ruim nos JPEG, que parecem os arquivos raw processados com “sharpness +50” no pacote da Adobe. No geral, para os melhores resultados, recomendo fotografar sempre em raw, e tratar o arquivo depois, no computador.

“Tiki II” com a EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS USM em f/7.1 1/60 ISO100 @ 106mm.

“Tiki II” com a EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS USM em f/7.1 1/60 ISO100 @ 106mm.

Crop 100%, note com o engine JPEG esconde detalhes logo em ISO100.

“Road II” com a EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS USM em f/6.3 1/60 ISO400 @ 35mm.

“Road II” com a EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS USM em f/6.3 1/60 ISO400 @ 35mm.

Crop 100%, mais detalhes e nitidez no pós-processamento raw.

“Getty II” com a EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS USM em f/5 1/80 ISO2000 @ 56mm.

“Getty II” com a EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS USM em f/5 1/80 ISO2000 @ 56mm.

Crop 100%, apesar do redutor de ruídos desligado, os JPEG são limpos demais no DIGIC7.

“Bouchardon” com a EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS USM em f/4.5 1/60 ISO6400 @ 18mm.

“Bouchardon” com a EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS USM em f/4.5 1/60 ISO6400 @ 18mm.

Crop 100%, tratamento raw infinitamente superior ao engine JPEG da EOS M5.

VEREDICTO

O review da EOS M5 foi o mais frustrante de fazer, na história do vlog do zack. Uma câmera que eu queria muito gostar e recomendar, a Canon falha em entregar o básico, e não ousa competir com as suas próprias DSLR; reduzindo propositalmente as funcionalidades da M5. Não estamos pedindo demais: “- Outra Dual Pixel, agora com DIGIC7 e até 9 quadros por segundo; ainda por cima, por quase US$1000? Ela deve ser no mínimo melhor que todas as APS-C anteriores, certo?” Errado. A construção da M5 é capenga e difícil de engolir depois de todas EOS M de metal e, comparada às DSLR que, embora usem bastante plástico (T6i/80D), são infinitamente mais robustas. Ao lado de uma Sony A6300, hoje mais barata que a M5 em dólares, antes dos impostos, é risível o “premium” que a Canon cobra no equipamento, aqui só pelo tamanho; não pela qualidade. Os controles são flexíveis, fartos e fáceis de usar, de fato o mais próximo de uma “micro-DSLR” sem espelho que iremos chegar; aliás, a Canon categoriza a M5 desta forma. Mas alguns ajustes do software como a velocidade de mudança do foco Dual Pixel na gravação de vídeos estão inexplicavelmente ausentes no modelo, comprovando que a Canon não quer competir com a EOS 80D; ela quer uma maquininha para extorquir a grana de quem sonha com uma Canon pequena.

Canon EOS M5

Enquanto a usabilidade da tela LCD é fantástica, com nitidez e fluidez nos controles sensíveis ao toque como nenhuma concorrente entrega, a experiência do primeiro viewfinder eletrônico numa EOS decepciona. Ele é pequeno demais, desconfortável demais, colorido demais… Novamente, inexplicável comparado a concorrência que usa a mesma tecnologia. E se por um lado o foco automático é o mais rápido do mercado em modo single, para uma foto só, o DIGIC7 na EOS M5 funciona pior que 5D Mark IV com DIGIC6+, não seguindo os sujeitos no modo contínuo SERVO; uma desgraça. Para os interessados em vídeo, faz tempo que eu não recomendo Canon, e a EOS M5 continua este hiato. O FullHD é até usável para algumas saídas web onde ninguém notará a falta de resolução e dos detalhes, e o processador novo resolve de uma vez o moiré e o aliasing das gerações APS-C passadas. Puxa vida, nós ganhamos pela primeira vez o peaking numa Canon EOS, mas perdemos TODOS os controles sobre a velocidade do foco Dual Pixel, na gravação de vídeos; absolutamente inaceitável! Para fazer o que a M5 faz, nem precisava do Dual Pixel.

Canon EOS M5

A qualidade de imagem é um passo generoso da Canon nesta geração APS-C, mas ainda não compete com os full frames de duas gerações passadas; coisa que algumas concorrentes já fazem. Enquanto eu não vá reclamar de resolução (dependendo da objetiva), do dynamic range, dos ruídos em ISOs altos e das cores, são os JPEG pobres direto da câmera que começam a virar piada ao lado da concorrência. As Fujifilm com sensor APS-C 24MP tem o brilhante X-Trans III: sem filtro low pass, com cores ainda mais saturadas, e a simulação de películas no JPEG; todos superiores a M5. A Sony tem um EXMOR CMOS APS-C de 24MP com fiação de cobre nas A6300/A6500, com dynamic range maior e cores que incrivelmente se aproximam da Canon; eu dificilmente não às recomendaria por causa disto. O JPEG do processador BIONZ X da Sony também é muito mais nítido e inteligente para preservar detalhes, do que o DIGIC7 da EOS M5. Aliás, Canon, cadê o DLO “digital lens optimizer” da 5D Mark IV? Pois é, vocês retiraram do software da M5.

Canon EOS M5

E isso porque, neste último parágrafo, eu sequer mencionei sobre as objetivas que a EOS M5 aceita. Pois é, ela é uma genuína “Canon EOS”, mas ela não aceita as objetivas EF/EF-S; ela aceita as EF-M, que hoje, maio de 2017, cinco anos após o lançamento da primeira M, tem apenas sete modelos: cinco zoom, todas de pequena abertura, para manter as dimensões compactas; e duas primes, sendo uma delas macro! E tem gente reclamando das poucas opções do E-mount da Sony… Para usar a mesma objetiva das DSLR, o adaptador EF-M > EF/EF-S custa inacreditáveis US$199, preço que varia de acordo com o humor da Canon: era US$199 no lançamento em 2012; eu paguei US$99 com a minha EOS M em 2014; ele chegou a custar US$49, quando a Canon abandonou a M2 nos Estados Unidos; e agora com a M5 ele voltou aos US$199; inexplicável. US$979 a EOS M5 + US$199 o adaptador EF-M > EF/EF-S = US$1178, mais cara que uma 80D. Mais cara que a 77D. Mais cara que a T7i… Se eu recomendo para alguém? Não. Se ela ficará no meu kit? Também não. Abraços!