Canon EOS T7i

A melhor câmera da história da Canon


Escrito por Marcelo MSolicite nosso mídia kit. Faça o download do pacote de arquivos raw (05 fotos, 180MB).

Tempo estimado de leitura: 33 minutos e meio.

Agosto/2017 – A EOS T7i é a sétima geração da linha de câmeras Rebel “tudo-em-1” da Canon. Uma linha pensada em enfiar tudo o que é tecnologicamente possível num corpo barato e fácil de usar, ela equilibra perfeitamente usabilidade, design, forma e principalmente preço; ótima como uma máquina para iniciantes no sistema de objetivas Canon EF/EF-S, e ótima também como câmera de backup para o kit dos profissionais. Enquanto as antigas T2i/T3i compartilhavam sensores e processadores com suas contemporâneas 60D e 7D, a Canon parou no tempo com as T4i/T5i; só para flertar de novo com esta lógica na T6i de 2016, um clone da excelente 70D – a primeira câmera EOS com tecnologia Dual Pixel, que ficou de fora naquela Rebel. Mas para a surpresa de todos, a Canon repetiu a ideia na T7i, e ela é praticamente idêntica à 80D; uma das câmeras mais capazes da história da Canon, e por um preço incrivelmente baixo, ao alcance de todos.(english)

Canon EOS T7i Rebel

Assim como a 80D, a nova T7i muda tudo em relação ao passado. Pela primeira vez a ergonomia da linha Rebel foi revista, agora com uma pegada mais profunda para a mão direita, confortável de trabalhar com objetivas grandes; um beijinho no ombro para as câmeras mirrorless (sem espelho), que sofrem pra equilibrar as lentes do formato APS-C. Pela primeira vez, a resposta tátil dos botões de uma Rebel abandona o “click porcaria”, e muda para o toque suave inventado na 6D; o apelo “premium” que faltava para as câmeras Canon “de entrada”. E também pela primeira vez numa Rebel, nós recebemos a tecnologia Dual Pixel de foco automático, usada durante o Live View e durante a gravação de vídeos. Se não fosse o bastante, a Canon incluiu ainda na T7i, o mesmo módulo de foco automático de 45-pontos da 80D, a conectividade sem fio com suporte ao Bluetooth LE “low-energy” (baixa energia) da EOS M5, e o novo processador DIGIC7. Por US$699 só o corpo você leva todas as tecnologias da fabricante, num corpo pequeno, leve e fácil de usar. Será a máquina fotográfica definitiva na mochila? Vamos descobrir! Boa leitura.

CONSTRUÇÃO E OPERAÇÃO

Canon EOS T7i Rebel

Em 13.1 x 9.9 x 7.6cm de 532gr de principalmente plásticos, a primeira coisa que notamos na T7i é o peso; a terceira mais leve da linha EOS hoje. Em 73% do peso de uma 80D, ou 63% do peso da EOS 5DS que eu trabalho hoje, o meio kilo da T7i é o grande tesão de tê-la no kit; certamente me impressiona como a Canon consegue criar uma câmera tão robusta e competente, num espaço tão pequeno. Enquanto as queridinhas da internet Sony A6300/A6500 e Fuji X-Pro 2/X-T2 mirrorless (sem espelho) são todas de metal e até leves para o que são, não dá para negar como elas são frágeis, cheias de quinas duras prontas para amassar, ou discos táteis protuberantes prontos para entortar; difíceis de recomendar como “pau pra toda obra”, para jogar na mochila, no dia-a-dia. Mas a T7i é resistente a tudo isso, e ainda por cima ela é a EOS mais gostosa de usar. E o segredo está como na 80D: toda a ergonomia da Rebel mudou, e a mágica acontece nos detalhes.

Canon EOS T7i Rebel

Não dá para dizer pelas fotos da internet, mas toda a pegada para as mãos mudou na T7i. Da mesma maneira que a 80D fez um enorme upgrade ergonômico sobre a 70D, na T7i a Canon trouxe toda a construção dos painéis para trás, “emagrecendo” o corpo na frente e aumentando a pegada para a mão direita; de longe a mais profunda que já usei numa câmera APS-C. Enquanto a T6i tinha cerca de 2cm de profundidade no grip direito (em destaque), já um abraço para o mercado mirrorless que custa a equilibrar as objetivas APS-C, na T7i a Canon ousou em desenhar incríveis 2.9cm de profundidade para a mão; muito mais confortável de usar, sem deixar os dedos dobrados. Parece besteira falar sobre ergonomia em tempos em que a internet está mais preocupada com “dynamic range” e performance do ISO, mas eu tiro o chapéu para o que a Canon faz: as câmeras DSLR mais confortáveis do mercado, e as que você quer usar o dia todo, com você.

Canon EOS T7i Rebel

Na frente os dedos abraçam perfeitamente o colar de empunhadura da mão direita, que engata numa protuberante quina invertida, sem chances da câmera escapar. Não o bastante, atrás o painel ainda mantém o vinco da T6i, não tão profundo quanto o da 80D, mas que agora está mais suave nas quinas superior/inferior, ambas dobradas “pra fora”; enquanto nas máquinas antigas elas eram convexas. Como na linha Rebel a Canon exclui o botão AF-ON do painel traseiro, e sobram só os “botões de cotovelo” * e + atrás, e exclui também o disco giratório para o dedão atrás (é só da EOS 77D para cima que nós temos este disco), faz mais sentido ter firmeza na pegada na frente “cavada”, do que na traseira: basta abraçar a frente e usar o dedão para apertar os botões atrás. É praticamente impossível deixar a T7i cair, e ela é super confortável para fotografar.

Canon EOS T7i Rebel

Na T7i todos os controles estão principalmente do lado esquerdo, inclusive o disco de seleção de modo, que economiza nas dimensões; está é uma das DSLR mais “curtas”, em comprimento, do mercado. Em cima, este dial está praticamente na mesma posição da T6i, e separa os modos em duas zonas: automática, com opções para desligar o flash, assistente criativo (CA), retrato, macro, paisagens etc., com um novo modo “efeitos”, um flerte à “geração Instagram”; e “criativa”, que habilita os modo semi-automáticos P, Av e Tv, além do totalmente manual M. Este disco continua rígido e gostoso de usar, e está em cima da chave liga/desliga (ON/OFF), que inclui ainda o modo dedicado para vídeos. Na hora de fotografar, basta escolher um dos modos de exposição e usar ou 1) o viewfinder óptico, a alma de todas as DSLR, ou 2) ativar o Live View pelo diminuto botão atrás, que levanta o espelho e mostra uma previsão em tempo real do sensor na tela LCD.  E para gravar vídeos, basta levar a chave ON/OFF até o ícone da filmadora, e a imagem será mostrada na tela.

Canon EOS T7i Rebel

Ainda em cima, na frente a Canon repete os botões dedicados de foco automático, ISO e DISP., perfeitos para acostumar os usuários com o restante das câmeras EOS; todas com o mesmíssimo layout. Eles ficam atrás do segundo disco de operação da T7i, que serve para selecionar tanto a velocidade do obturador, em modo Tv, quanto a abertura da objetiva, em modo Av; em conjunto com o botão +/- traseiro, distintos na operação das Rebel. Esta roda é alta e protuberante, e um prazer de usar: enquanto Fuji e Sony insistem em embutir rodas sofríveis nas câmeras mirrorless, difíceis de girar, a Canon assume o que ela é; uma mão (ou dedo?) na roda, fácil de usar. Por fim, na frente, o botão de disparo tem dois estágios, um para ativar a fotometria e o foco automático; e o segundo para disparar de fato o obturador. Ele tem um genuíno click tátil diferente dos outros botões, o mesmo da 80D e diferente das outras EOS, especialmente as full frame 5D/6D; nestas câmeras maiores a Canon usa um botão suave de disparo, silencioso e que vibra menos.

Canon EOS T7i Rebel

Atrás o painel das EOS Rebel é povoado pelos mesmos botões desde o primeiro modelo, mas a T7i não parou no tempo: agora ela tem um novo botão para ativar a comunicação sem fio. Mirando o público amador, a simplificação dos controles na verdade tem função dupla: diminuir as dimensões da câmera, com menos botões; e não perder a oferta de controles físicos, típicos de uma EOS. Para os que precisam dos controles nas mãos, a Canon repete os eternos DRIVE (esquerda), WB (cima), AF one shot/servo (direita), Picture Style (baixo) e SET central; todos geralmente encontrados no painel superior, mas aqui atrás da Rebel. E para os que não queiram se aventurar nos comandos, estes botões são usados para “andar” pelos menus, para os lados; mudar os pontos de foco automático; ou operar o playback, para frente e para trás. Este último controle, porém, é o maior downgrade de uma câmera maior: sem a roda de giro rápido, mudar de fotos durante o playback pode ser tedioso para quem vem de uma câmera grande, apertando o botão.

Canon EOS T7i Rebel

Ainda do lado direito, outros cinco botões simplificam a operação da Rebel T7i. “Av.” e “+/-“ dividem o mesmo click, e são usados para “ciclar” entre a compensação da exposição e a velocidade do obturador/abertura, em modos automáticos/semi-automáticos. O botão Q “quick” (rápido) ativa um menu dedicado à fotografia (exclue ajustes do relógio, formatar cartão, por exemplo), e aparece ou como substituto da tela LCD superior de outras câmeras maiores (aquela em cima da pegada na 77D, 80D etc), ou como overlay durante o Live View. O botão de Wi-Fi é novo, e um atalho para a conexão sem fio com o smartphone, incrivelmente útil se você pretende manter os dois emparelhados o tempo todo (falarei sobre isso mais tarde). E por fim o botão de playback e lixo (delete) estão todos do mesmo lado, ao alcance do dedão direito; coisa que eu queria até nas câmeras maiores (o delete da minha 5DS, por exemplo, fica do outro lado).

Canon EOS T7i Rebel

À centro-esquerda, a EOS T7i é dominada pela gigante tela LCD escamoteável, e pelo visor óptico; a alma das DSLR. O primeiro tem incríveis 3.0” na proporção 3:2 (beijos, Sony A6500!), com 1.04 milhões de pontos e tecnologia Clear-View II, com o painel TFT praticamente laminado ao plástico do lado de fora; o que aumenta o contraste e a saturação das cores. Esta tela é sensível ao toque, com toda a interface fluída nos menus e no playback que conhecemos lá na T4i de 2013, e pode “sair do corpo” para esquerda, girando 180º pra frente (para selfies ou para gravar um vlog) ou 90º para baixo (para fotografar sobre a cabeça das pessoas). E o viewfinder recebe o segundo “corte” da T7i em relação a 80D: o visor óptico usa um conjunto de espelhos (“penta-mirror”) para refletir a luz da objetiva direto aos olhos, menos nítido e claro que o penta-prisma de cristal da 80D. Porém a ampliação de 0.82x é a mesma entre as duas, além da tecnologia “Intelligent Viewfinder II”, que mostra informações de um LCD, sobre a imagem da objetiva. Por outro lado, a 80D cobre 100% do quadro, para composições ultra-precisas, enquanto a T7i tem cobertura de apenas 95%.

Canon EOS T7i Rebel

Enfim no “ombro” esquerdo a T7i tem os botões MENU e INFO, ambos auto-explicativos. Na frente ela mantém o gigante e confortável botão de release da objetiva, que está do mesmo lado do disparador do flash embutido, em cima, e da previsão da abertura, embaixo; a Rebel é das poucas EOS a ter este botão do lado esquerdo. Em cima a Canon coloca uma cabeça de flash embutido com guia 12, que tem funções avançadas de segunda cortina e até controle sem fio, óptico, dos speedlites EX da Canon; algo que misteriosamente está faltando na EOS M5. À esquerda, as portas USB2.0 e HDMI vão sob uma borracha, separadas da entrada de microfone e controle remoto. Mas assim como na EOS M5, e diferente da 80D, não há uma saída para fones de ouvido; imperdoável para uma câmera acima dos US$500. Debaixo da mão direita está o único slot de cartão de memória SD UHS-I e, como a porta da bateria LP-E17 (com capacidade para 1050mAh) embaixo, não tem uma mola para abrir; nem vedações contra água ou poeira. São diferenças contra a 80D, que usa a bateria LP-E6 (de maior capacidade, 1865mAh), e que tem vedação à poeira e respingos.

Canon EOS T7i Rebel

A EOS T7i Rebel une a tradição da construção precisa e robusta da Canon, com a inovação da ergonomia revisada e mais gostosa de usar; fácil de deixar de lado em reviews na internet, mas que fazem toda a diferença na hora de trabalhar. Assim como a 5D Mark IV é um passo enorme a frente da ergonomia da 5D Mark III/5DS, e a EOS 80D é um salto a frente da 70D, a T7i dá voltas no conforto e praticidade de uso da T6i, tão bacana de usar que pela primeira vez eu posso pensar em recomendá-la como backup para o kit dos profissionais. Os que precisam de uma câmera completa e acessível, sem abrir mão do prazer (ou da vontade) de usar que a Canon domina no mercado, podem ver na T7i uma opção fácil e barata, com a mesma qualidade das outras DSLR EOS; mas por uma fração do preço. É fácil se deixar levar pelo mercado mirrorless e as apertadas alternativas de Fujifilm e Sony, mas não se enganem: como máquina fotográfica “de verdade”, só a Canon sabe o que está fazendo, e a EOS T7i Rebel é o ápice disto; incrível para o preço de US$699.

DESTAQUE – AGILIDADE NA OPERAÇÃO

Canon EOS T7i Rebel

Como uma boa e velha (nova?) DSLR, a velocidade e simplicidade da operação da EOS T7i dá voltas em qualquer câmera fotográfica “alternativa” do mercado hoje: estou falando das mirrorless (sem espelho) e do seu smartphone. Com tempo de boot (ciclo de ligar/desligar) de 0.2 segundos, intervalos de focagem que variam entre 0.01s pelo viewfinder e 0.03s pelo Live View (!), e disparo praticamente instantâneo com o comando do botão, esta é a razão de ser das DSLR no mercado hoje: elas simplesmente estão ligadas o tempo todo, e não há chances de perder o momento. Enquanto um iPhone 7 leva longos 2 segundos para ativar o aplicativo da câmera, e até uma Sony A6500 – voltada para velocidade – também precisa de 2-3 segundos para ligar e disparar a primeira foto, nada disso acontece na Canon T7i: ligá-la (OFF/ON) ou “acordá-la” do stand-by acontece quase que instantaneamente, e até ativar o Live View, que precisa levantar o espelho e ligar o sensor de imagem, acontece em menos de 1 segundo; tudo é rápido e fácil de usar.

“Ciclista” com a EOS T7i + Sigma 18-300mm f/3.5-6.3 DC Macro OS HSM C em f/6.3 1/1000 ISO2000 @ 200mm.

“Ciclista” com a EOS T7i + Sigma 18-300mm f/3.5-6.3 DC Macro OS HSM C em f/6.3 1/1000 ISO2000 @ 200mm.

Parte da agilidade se deve ao novo processador DIGIC7, um passo a frente ao DIGIC6 da 80D. Além de novidades no processamento das imagens (mais a respeito disso na sessão sobre qualidade de imagem), o DIGIC7 é responsável por trazer pela primeira vez numa Rebel, a velocidade de disparo de até 6 quadros por segundo, com foco e exposição fixos no primeiro quadro; ou 4.5 quadros por segundo com foco automático preditivo e exposição automática; velocidades nunca vistas antes numa EOS acessível. Outro destaque que impressiona para o preço, é o tamanho do buffer para armazenar as imagens, antes de gravá-las no cartão de memória: a T7i aceita os mesmos 18 arquivos RAW+JPEG da 80D, ou 24 somente-RAW (ou infinitos somente-JPEG); números até alguns anos atrás reservados apenas às câmeras topo de linha (a EOS 7D de 2010 tinha estes valores). 

DESTAQUE – FOCO PELO VIEWFINDER

Canon EOS T7i Rebel viewfinder

Tanta velocidade tira proveito de outra grande novidade da EOS T7i: o módulo de foco automático phase de 45-pontos, que vem emprestado da EOS 80D. Enquanto naquela máquina de US$1199 eu achava que a Canon não estava fazendo mais do que a obrigação de trazer um módulo novo, dado do ciclo de desenvolvimento de três anos a partir da 70D, eles trazerem a mesma tecnologia para uma Rebel de US$699 muda completamente a minha opinião: a T7i é uma das máquinas fotográficas mais aptas para focar automaticamente, em todo o mercado e, de novo, incrível para o preço. Não são apenas 45 pontos independentes: todos eles são do tipo “cross-type”, com sensibilidade ao eixo vertical e horizontal. Virtualmente nenhuma mirrorless do mercado oferece isso, e vocês sabem dos problemas para focar sob situações de baixo contraste. Além disto, o ponto central da T7i é sensível até -3EV de luz; praticamente a luz da lua, refletida na areia da praia. Para se ter uma ideia, somente a Sony Alpha topo-de-linha A9, de US$3999, faz algo parecido no mercado mirrorless. E ainda por cima este módulo é assistido por um fotômetro RGB de 7560 pontos, sensível também ao infra-vermelho; perfeito para seguir sujeitos no quadro.

“Kyoto” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HLD em f/6.3 1/10 ISO640 @ 10mm; espaços escuros não são um desafio para o AF da T7i.

“Kyoto” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HLD em f/6.3 1/10 ISO640 @ 10mm; espaços escuros não são um desafio para o AF da T7i.

Terminaram os dias de “minha T6i não foca tão bem quanto minha 5D Mark IV”, ou “perdi fotos por causa do foto automático”. Na nova T7i é “apertar e focar”, e com as mesmas opções de seleção da 80D: “single”, usado quando queremos um ponto específico do quadro em foco: o horizonte, uma árvore, o olho em um retrato, ou uma pessoa num grupo etc; “zona”, que permite a câmera buscar o ponto mais próximo num grupo de 9 pontos, que pode ser usado para aumentar as chances de acerto da câmera durante a focagem contínua (SERVO), numa área pequena, como no rosto de um ciclista; “zona grande”, que divide todo o sistema em três partes iguais e também é empregado na focagem contínua, por exemplo para seguir somente um dos jogadores numa partida de futebol; e modo “automático”, que selecionará 1 ou mais pontos baseados nas cores da pele humana.

Canon EOS T7i Rebel

No que as 80D e T7i diferem, porém, é no software que controla o módulo de foco automático. Absolutamente nenhuma opção configurável do algoritmo, prioridade de disparo e tracking estão presentes na T7i, pensada na simplificação para os amadores; mas que pode limitar o uso por profissionais. A lógica até faz sentido: a 7D Mark II usa o incrível sistema “AI SERVO AF III”, com várias abas de ajustes do foco; a 80D trás uma “Custom Function II – Autofocus” com 16 opções; e a T7i não trás nada. Na prática, porém, com os ajustes de fábrica a T7i já é incrível para focar: em modo ONE SHOT, praticamente nenhuma foto sai fora de foco, contanto que você escolha o ponto certo. E em modo SERVO a T7i absolutamente brilha: é possível fazer sequências completas de 18 arquivos raw, com sujeitos em movimento, com todas as fotos em foco, com a segurança que nenhuma outra câmera de entrada dá. É a aposta definitiva da Canon para manter-se relevante no mercado, e enraizada no legado da fabricante: foco automático confiável, agora para todos.

Canon EOS T7i Rebel

“Ciclista II” com a EOS T7i + Sigma 18-300mm f/3.5-6.3 DC Macro OS HSM C em f/6.3 1/1000 ISO1600 @ 200mm.

“Ciclista II” com a EOS T7i + Sigma 18-300mm f/3.5-6.3 DC Macro OS HSM C em f/6.3 1/1000 ISO1600 @ 200mm.

Crop 66%, TODAS as fotos em foco, só não estão mais nítidas por limitação da objetiva. (clique para ver maior)

Crop 66%, TODAS as fotos em foco, só não estão mais nítidas por limitação da objetiva. (clique para ver maior)

DESTAQUE- FOCO PELO LIVE VIEW

Canon EOS T7i Rebel

Outra incrível novidade da Canon T7i, une duas tecnologias pela primeira vez numa Rebel: o sensor de imagem Dual Pixel, com medição de foco phase mesmo sem o uso do espelho; e o processador DIGIC7, mais rápido para encontrar rostos e seguir sujeitos em movimento pelo quadro. Com duas foto-células por pixel do sensor de imagem, é possível dar à fotografia pela tela LCD traseira a mesma velocidade de focagem do viewfinder. Enquanto na EOS M5 eu não via nada demais no Dual Pixel, aqui na T7i finalmente a Canon levou o papo a sério: a sensibilidade vai até -2EV, perfeita para trabalhar sob pouca luz, em espaços fechados; a cobertura das zonas de foco é de 80% do quadro e; em modo “face tracking” (seguir rostos) e SERVO (contínuo com o tempo), a T7i está praticamente infalível para focar, graças ao novo processador DIGIC7. É simplesmente tudo o que sempre esperamos da tecnologia Dual Pixel, com foco rápido, preciso e confiável, entregues elegantemente na EOS mais básica; que diria que uma Rebel seria tão capaz de focar?

“Ciclista III” com a EOS T7i + EF 70-300mm f/4.5-5.6 IS DO USM em f/5.6 1/1000 ISO800 @ 300mm.

“Ciclista III” com a EOS T7i + EF 70-300mm f/4.5-5.6 IS DO USM em f/5.6 1/1000 ISO800 @ 300mm.

Crop 50%, leve back-focus, mas o foco é preditivo com o Dual Pixel; finalmente! (clique para ver maior)

Crop 50%, leve back-focus, mas o foco é preditivo com o Dual Pixel; finalmente! (clique para ver maior)

Em modo ONE SHOT e disparo single, o foco por Dual Pixel da Canon EOS T7i é simplesmente brilhante. A focagem automática não é rápida: é absolutamente instantânea! Com objetivas simples, como a básica EF 50mm f/1.8 II, a EOS T7i foca instantaneamente. Com objetivas topo-de-linha, como a gigante EF 70-200mm f/2.8 L IS II USM, a T7i também foca instantaneamente. Seja no modo de seleção automática com detecção de rostos, ou no modo manual, por zona ou por ponto único, a T7i não tem qualquer dificuldade para encontrar e focar no sujeito, sob qualquer condição de luz. É incrível ver este tipo de performance pela fotografia com a tela traseira, que sempre foi vista como uso “amador” das DSLR. Mas não é! Garanto para vocês, como garanti no review da 5D Mark IV, que também tem o Dual Pixel: se o foco automático não funcionar pelo viewfinder, tente usar a tela traseira. A novas Canon EOS Dual Pixel estão infalíveis para focar, em qualquer situação.

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No modo SERVO contínuo, em que a câmera acompanhará não somente a posição lateral do sujeito (eixos X e Y), mas também a profundidade (eixo Z), e ao longo do tempo (preditivo, para a próxima foto), a EOS T7i f-i-n-a-l-m-e-n-t-e entrega tudo o que a tecnologia Dual Pixel prometeu no Live View: foco rápido, preciso e seguro, para fotografar sequências de ação; desde que o fotógrafo use o modo (e a técnica) correto para “seguir” o sujeito. Em modo de seleção automática de sujeitos, a T7i ainda pode se confundir sobre qual sujeito focar (nos detectados atrás, ou nos detectados à frente?), e também perdê-los, caso passem atrás de um obstáculo. Mas ele é útil para situações mais calmas, como fotografar as crianças no final de semana, ou os amigos no bar: a T7i “encontra” os sujeitos com facilidade, e consegue acompanhá-los pelo quadro, sempre em foco.

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Mas para fotografar ação de verdade, os modos “Smooth zone AF” e “Live 1-point AF” são melhores para usar a predição do modo SERVO; limitando a área de busca de foco, sem que a câmera decida sozinha pelo sujeito. Nestes modos, o fotógrafo pode tocar na tela LCD, sobre o sujeito desejado, e acompanhar o enquadramento; deixando a câmera mudar a distância de foco sozinha. É excelente para fotografar ciclistas em direção à câmera, ou carros numa pista de corrida. E, considerando que estamos usando a tela traseira, os resultados são espetaculares. No passado eu entendia a distinção da Canon entre os mercados amadores e profissionais; entre os modos Live View e a fotografia pelo espelho. Mas na EOS T7i a Canon apagou esta divisão, e qualquer um pode fotografar continuamente, com a segurança, e ter todas as fotos em foco; brilhantemente entregue, na câmera EOS mais acessível da linha. G-E-N-I-A-L!

“Ciclista IV” com a EOS T7i + EF 70-300mm f/4.5-5.6 IS DO USM em f/6.3 1/1000 ISO250 @ 300mm.

“Ciclista IV” com a EOS T7i + EF 70-300mm f/4.5-5.6 IS DO USM em f/6.3 1/1000 ISO250 @ 300mm.

Crop 50%, mais da metade das fotos em foco perfeito, e pelo Live View! (clique para ver maior)

Crop 50%, mais da metade das fotos em foco perfeito, e pelo Live View! (clique para ver maior)

O RAZOÁVEL – VÍDEO 1080P60

Bom, vocês sabem que eu custo a recomendar o sistema de vídeo das câmeras Canon EOS DSLR/mirrorless, que desde sempre tem problemas crônicos com qualidade de imagem. Eu comecei a usá-las desde a 5D Mark II em 2010, e naquela época já notava a falta de resolução do vídeo 1920×1080, em comparação a uma foto reduzida para o mesmo tamanho. Eu já notava também os problemas de moiré (detalhes finos que “piscam” com cores falsas) e aliasing (linhas diagonais serrilhadas), nas imagens, e que poderiam destruir uma gravação; vá filmar um depoimento com o sujeito usando uma camisa xadrez fina, e veja o caos que fica a imagem. E eu já entendia que aquela era uma câmera híbrida de foto e vídeo; e não uma filmadora profissional “de verdade”. Quando migrei para a Blackmagic Cinema, então, a diferença da qualidade de imagem do EOS Movie ficou ainda mais clara: resolução ruim e defeitos difíceis de recomendar.

“SP” com a EOS T7i + EF 24-70mm f/4L IS USM 1080P30; detalhe indica o aliasing e moiré.

“SP” com a EOS T7i + EF 24-70mm f/4L IS USM 1080P30; detalhe indica o aliasing e moiré. (clique para ver maior)

Desde então a Canon tem tentado equalizar o mercado amador, cada vez mais interessado em produzir seus próprios vídeos (YouTubers, hello!), e o mercado profissional, que tem uma linha específica EOS C com todos os problemas de qualidade resolvidos; e o preço nas alturas. A T7i, evidentemente, está do lado “pobre” da balança, mas nem por isso deixa de melhorar o vídeo da Canon; o que não é muito difícil. O processador DIGIC7 resolve parte dos problemas com artifícios eletrônicos inerentes da gravação com uma máquina principalmente fotográfica, e muda o foco (sem trocadilhos…) para a facilidade no uso, graças ao Dual Pixel. Em tempos de vídeo 4K (3840×2160) até nos smartphones, fica fácil se decepcionar pela resolução 1920×1080 da T7i, mas outras regalias como a tela sensível ao toque, além de escamoteável pra frente, e com foco automático “seguro” durante a gravação, tornam este modelo uma opção fácil para gravações descompromissadas, com qualidade aceitável para a internet. Missão cumprida pela T7i.

Canon EOS T7i Rebel

Para os interessados na parte técnica, a EOS T7i faz a gravação 1080p a até 60 quadros por segundo via line skipping no sensor APS-C, gravados a 60Mbps em 59.94fps; 30Mbps em 29.97fps; ambos em codificação IPB (interframe B) e compressão Standard; ainda com uma segunda opção IPB com Light de 12Mbps a 29.97fps (1/3 do tamanho). Em 720p60/30, a T7i também usa o IPB-S e IPB-L respectivamente, e há ainda uma opção VGA; todas misteriosamente ausente da EOS M5. Por outro lado a T7i não oferece a codificação ALL-I (intraframe) da 80D, mas na prática não faz muita diferença; particularmente nenhuma delas é realmente avançada para vídeo. Uma diferença, porém, é que o DIGIC7 da T7i tem a nova função “Digital IS” (“image stabilizer”, o estabilizador de imagem da Canon), que faz um corte no sensor e usa a área para estabilizar eletronicamente o vídeo, com opções “enabled” (ligado) e “enhanced” (melhorado); quanto maior o corte, mais eficaz a estabilização. E ainda a T7i pode usar a resolução extra de 24MP do sensor de fotografias, como zoom digital de 3-10x para vídeos, com impacto mínimo na qualidade até 5x.

“Dotonbori” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HLD 1080P30; clique para ver maior.

“Dotonbori” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HLD 1080P30; clique para ver maior.

“Miraikan” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HLD 1080P30; clique para ver maior.

“Miraikan” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HLD 1080P30; clique para ver maior.

“Pessoas” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HLD 1080P30; clique para ver maior.

“Pessoas” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HLD 1080P30; clique para ver maior.

No dia-a-dia a Canon EOS T7i é uma câmera competente para vídeos, e pensando no público-alvo, nos recursos e no preço, eu até posso pensar em recomendá-la para amadores. Pela primeira vez a Canon trouxe a segurança do foco Dual Pixel a uma câmera tão acessível, e realmente não há competição no mercado: nenhuma outra fabricante tem um foco automático tão confiável, além da facilidade de uso da linha Rebel. As Sony A6300/A6500, por exemplo, são interessantes pelo 4K de baixo-custo, com recursos semelhantes até uma FS65 de US$30.000. Mas o foco automático e a tela escamoteável só para trás é uma limitação gigante para quem gravar sozinho seus próprios depoimentos, e não competem pelo preço. A Nikon até tem uma excelente alternativa na D3500, mas ela não é Dual Pixel: basta o sujeito mudar de lugar ou se aproximar da câmera, para a Nikon se perder no foco; problema resolvido só pela Canon. No final das contas a EOS T7i é muito competente para o que é, e vale a recomendação; o vídeo é razoável para esta faixa de preço.

O EXTRA – COMPLETA CONEXÃO SEM FIO

Canon EOS T7i Rebel

Outra área na qual a Canon tem uma clara vantagem no mercado fotográfico e, mais uma vez, fácil de esquecer em relação a concorrência, é como eles lidam com a conexão sem fio nas câmeras EOS; simplesmente as mais completas, fáceis de usar e competentes do mercado. A T7i tem um pacote completo de conexões: Wi-Fi, rápido e robusto para transmitir as fotos diretamente para a internet, ou para controlar quase totalmente a T7i à distância, inclusive com preview sem fio da função Live View, incrível; NFC, para configuração rápida entre as partes (smartphone, tablet, router); e agora também o Bluetooth, não encontrado nem na 5D Mark IV, e apresentado pela primeira vez na EOS M5. A ideia do Bluetooth é manter tudo conectado o tempo todo, para uma experiência sem engasgos, e com impacto mínimo na duração da bateria, para usar o dia inteiro.

Canon EOS T7i Rebel

Funciona assim: no smartphone, baixe o aplicativo “Canon Camera Connect”, gratuito nas lojas da Apple e do Google. Na câmera, aperte o botão dedicado de transmissão sem fio, e a configuração (só na primeira vez) é fácil: a câmera indica quando ativar o app, quando se conectar ao Wi-Fi no smartphone, e quando os dois estiverem prontos, inclusive com opções de Bluetooth e NFC. E só. Os dois estarão pareados para a vida toda, e funcionarão automaticamente. No aplicativo é possível controlar o Live View a distância (“Remote live view shooting”), que mostrar na tela do smartphone, a mesma imagem da tela da câmera, em tempo real; incrivelmente útil para trabalhar sozinho. Seja para fotografar uma selfie, com a câmera sobre o tripé, ou para gravar um vlog, que será publicado na internet, há ainda opções de exposição, foco automático por toque, foco manual, balanço do branco etc; e inclusive mudar entre os modos de foto e vídeo à distancia, sem usar a chave da câmera. Sony e a Nikon não tem nada parecido, e só uma EOS oferece tal flexibilidade.

Canon EOS T7i Rebel

Na função “Images on camera”, é possível baixar todas as fotos do cartão da máquina, para compartilhá-las em redes sociais, inclusive em alta resolução, e em tempo real. Ou seja, além de você poder compartilhar as fotos direto do telefone, é possível usar esta função no estúdio, deixando um tablet nas mãos do cliente, para ele acompanhar o resultado do trabalho no instante que as fotos são feitas. E para os viajantes, as informações de GPS do celular podem ser gravadas nos arquivos da T7i, para lembrar aonde as fotos foram feitas. Enquanto a Canon EOS 6D tem um receptor de GPS embutido, que pode consumir bateria, na T7i o mesmo princípio pode ser feito com impacto mínimo na carga da máquina, uma vez que os dados são transmitidos por Bluetooth.

Canon EOS T7i Rebel

Na opção de Bluetooth, outras possibilidades acontecem. A EOS T7i pode se conectar ao telefone como um simples acessório, economizando energia da bateria e sem perder todas as funções. É possível usar o telefone como um controle simples à distância, para disparar a foto ou iniciar a gravação de vídeo; mas sem a transmissão sem fio da imagem do sensor da T7i, que requer a conexão mais rápida Wi-Fi. Na hora de mudar entre Bluetooth e Wi-Fi os dois aparelhos se entendem sozinhos, e tudo funciona sem grandes intervenções do usuário. E se usar o telefone for muito difícil, o Bluetooth integrado da T7i ainda tem suporte ao novo controle remoto Canon Remote Controller RC-6, que usa a conexão de baixa energia para conectar. Enfim são as opções sem fio mais completas do mercado, e a Canon oferece-as completas, mesmo na linha Rebel.

OUTRO EXTRA – INTERFACE GUIADA

Canon EOS T7i Rebel

Um último recurso muito interessante e que pela primeira vez vejo na Canon, é a opção de interface “guiada”; uma verdadeira aula sobre um equipamento tão complexo, como estão se tornando as DSLR digitais. De fábrica, a T7i vem configurada com guias de modo do disco principal (aquele de cima, com as zonas automáticas e criativas); guias dos menus da câmera, com fundo branco brilhante, e funções auto-explicativas com ícones grandes, como relógio, Wi-Fi e formatar cartão; guias de exposição, com réguas interativas de velocidade do obturador, profundidade de campo e ISO; e guia de recursos, que mostra um pop-up explicativo sobre cada opção do menu. No lugar dos obscuros menus cinzas da Canon, cheios de abas com funções misteriosas, ou da tela LCD traseira desligada, a fabricante aproveita a oportunidade de ensinar como usar a EOS para o público amador, por telas interativas e interface “fofinha”; bacana para quem está começando. :-)

Canon EOS T7i Rebel

Nos modos automáticos, a tela LCD traseira mostra exemplos práticos, com fotos, do que é possível fazer com cada opção. Uma seta para cima/baixo revela uma descrição em texto da função escolhida, e dá dicas de composição e exposição para atingir os resultados esperados. Nos modos “criativos” (P, Av, Tv, M), a interface muda para ícones gigantes, que claramente representam o resultado de cada ajuste. Em Av., por exemplo, a câmera mostra como o fundo pode ficar desfocado usando f/stop menores, e em Tv. ela mostra como o rastro do sujeito pode ser capturado; ainda com opções associadas de velocidade de disparo e qualidade de imagem, todas claramente identificadas; excelente para quem nunca usou uma DSLR. E nos menus, a interface guiada na verdade parece até melhor para profissionais: o fundo fica branco e com ícones gigantes, coloridos, todos sensíveis ao toque como num smartphone. É uma solução simpática para iniciantes, e mais um motivo para recomendar a T7i como a primeira câmera.

O QUE FALTA PARA UMA EOS 80D?

Canon EOS T7i Rebel

Com tantos recursos, a Canon sinceramente “apelou” para tornar a EOS T7i atraente, criando uma câmera tão boa que até eu me questiono: pra quê existe a 80D mais cara?  Mas as duas câmeras são bem diferentes, e a decisão de compra é razoavelmente simples. Primeiro, a “linha” EOS #0D (60D, 70D, 80D…) é “a menor DSLR Canon” que você pode comprar e manter os mesmos controles das linhas maiores 5D, 6D e 7D. A 80D também compartilha com elas a mesma bateria LP-E6 de 1850mAh, perfeita ou para um upgrade a uma câmera maior no futuro, ou para manter como backup no kit “profissional”, sem usar dois carregadores; já que a EOS T7i usa uma bateria menor LP-E17 de 1050mAh. Então logo de cara as duas linhas “Rebel” e “#0D” tem projetos para públicos diferentes: uma para usuários intermediários-avançados/profissionais, e outra para amadores.

Canon EOS T7i Rebel

Também, EOS T7i e 80D operam de forma totalmente diferente. A 80D usa dois discos para ajustes de exposição, um traseiro para o dedão e outro em cima, para o dedo indicador, enquanto a T7i só tem o de cima, que alterna entre dois controles através de um botão +/- traseiro. Essa simplificação pode “atrasar” a seleção da abertura do diafragma e/ou a velocidade do obturador, já que é bem mais devagar “apertar o botão + girar o disco” na T7i, do que usar um disco em cada dedo na 80D. Além disso, a 80D tem vários menus não existentes na T7i, principalmente para ajustar o algoritmo do módulo de foco. A 80D ainda tem um conjunto óptico com um espelho motorizado, com velocidade máxima de 1/8000 no obturador, disparo na velocidade de até 7 fotos por segundo com foco automático, e penta-prisma de cristal no viewfinder; enquanto a T7i se vira com um espelho operado por molas, velocidade máxima de 1/4000, disparo a até 4.5fps com AF (6fps sem o AF) e um sistema de penta-mirror (espelhos) no viewfinder; e estas peças custam caro pra Canon.

Canon EOS T7i Rebel Canon EOS T7i Rebel Canon EOS T7i Rebel Canon EOS T7i Rebel

Por outro lado, nem tudo está perdido na T7i. Como ela é mais recente, a Canon pôde usar o processador DIGIC7, mais veloz para seguir sujeitos em movimento do que o DIGIC6 da 80D, além de oferecer outras regalias como melhor processamento dos arquivos JPEG e a opção de ligar o estabilizador digital (Digital IS) durante a gravação de vídeos; funções inexistentes na 80D. A T7i também tem o Bluetooth para a conexão sem fio, enquanto a 80D tem só o Wi-Fi. Mas a 80D tem a saída para fones de ouvir que a T7i não tem, além de alguns pontos de vedação contra água e poeira, que a T7i também não tem. A T7i, porém, é menor e mais leve, o que pode fazer diferença na mochila. Enfim, as duas são bem diferentes, não importa quão capaz a T7i seja. Mas a decisão não é difícil: a T7i é excelente para quem está começando no sistema EOS (com as objetivas da Canon), e também quem precisa economizar numa segunda câmera, de backup no kit; e a 80D é uma máquina bem mais “séria”, com corpo maior, bateria maior, sistema óptico robusto, e a mesma usabilidade das linhas 5D, 6D e 7D. Para quem está “sério” na Canon, a 80D é melhor.

QUALIDADE DE IMAGEM

“Lanterna” com a Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HLD em f/6.3 1/40 ISO100 @ 10mm; todas as fotos com a EOS T7i.

“Lanterna” com a Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HLD em f/6.3 1/40 ISO100 @ 10mm; todas as fotos com a EOS T7i.

Com o mesmo sensor CMOS APS-C Dual Pixel de 24MP da Canon EOS 80D, a Rebel T7i tem as mesmas capacidades fotográficas; o melhor que a Canon oferece hoje, no formato APS-C. Embora ela gere os mesmos arquivos 6000×4000 pixels da EOS T6i de 2016, não se enganem: o sensor da T6i era outro, sem Dual Pixel, e a T7i melhora sobre aquela qualidade de imagem. Na pratica a resolução é altíssima para impressões imensas, de 1.5m x 1m à 100 pixels por polegada, praticamente idênticas as de uma EOS 5D Mark IV de 30MP; o mercado tem pouco mais o que oferecer sobre definição bruta nesta geração (talvez só a 5DS tenha). Mas o que o APS-C da Canon faz bem é manter as cores genuínas da Canon, com dynamic range de sobra para trabalhar no dia-a-dia; ruídos compreensíveis em exposições com ISOs muito altos (pense ISO5000 pra cima); e processamento JPEG cada vez melhor direto da câmera, pronto para publicação. Há pouco do que reclamar, e a Canon entrega ótima qualidade de imagem, agora na câmera APS-C mais básica.

“Lanternas” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HDL em f/3.5 1/5 ISO800 @ 10mm.

“Lanternas” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HDL em f/3.5 1/5 ISO800 @ 10mm.

Em ISOs baixos, entre 100 e 400, a resolução bruta da Canon EOS T7i Rebel é de deixar qualquer smartphone no chinelo. Com 24MP – o dobro de um iPhone 7 – e um sensor muito maior, ao mesmo tempo que os arquivos são ricos em detalhes finos como folhas em árvores à distância, todas as janelas dos prédios numa paisagem urbana e as texturas dos retratos e produtos, eles também são super suaves, com transições tonais perfeitas de gradientes, não importa a situação. Seja sob plena luz do sol, em fotografias externas, ou em ambientes fechados, sob iluminação eletrônica, os detalhes e a qualidade dos arquivos da T7i até ISO400 é a mesma de uma 1D-X Mark II. Para trabalhar com bastante luz e com a exposição correta, não há qualquer problema em usar a câmera mais barata, com qualidade idêntica a que os profissionais usam.

“Árvore” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HDL em f/3.5 1/40 ISO160 @ 10mm.

“Árvore” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HDL em f/3.5 1/40 ISO160 @ 10mm.

Crop 100%, detalhes de sobra para impressões gigantes, no formato APS-C.

Crop 100%, detalhes de sobra para impressões gigantes, no formato APS-C.

“Gizo” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HDL em f/5.6 1/15 ISO100 @ 15mm.

“Gizo” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HDL em f/5.6 1/15 ISO100 @ 15mm.

Crop 100%, texturas bem reproduzidas nos 24MP da T7i.

Crop 100%, texturas bem reproduzidas nos 24MP da T7i.

“Tokyo” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HDL em f/7.1 1/320 ISO100 @ 10mm.

“Tokyo” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HDL em f/7.1 1/320 ISO100 @ 10mm.

Crop 100%, todas as janelas dos prédios à distância, numa câmera de US$699.

Crop 100%, todas as janelas dos prédios à distância, numa câmera de US$699.

“Tokyo II” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HDL em f/7.1 1/160 ISO100 @ 10mm.

“Tokyo II” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HDL em f/7.1 1/160 ISO100 @ 10mm.

Crop 100%, a resolução é tão alta que vemos fotos dentro de fotos.

Crop 100%, a resolução é tão alta que vemos fotos dentro de fotos.

Para os mais técnicos, a Rebel EOS T7i oferece a saída aos arquivos raw, sem processamento da câmera. Usando a compressão de 14-bit da Canon, estes arquivos devem ser manipulados antes da publicação, e mantém muito mais informações de sombras e luzes na exposição; prontos para serem “revelados” como uma película digital. O raw da T7i é justo para o formato APS-C de hoje: nem Sony, nem Nikon e nem Fuji tem feito grandes milagres com o alcance dinâmico no formato menor, e a T7i não foge à regra. É fácil extrair dos arquivos até 3 stops de luzes, como o céu estourado; e até 4 stops das sombras; com mais qualidade inclusive que a Canon EOS 6D, dada a geração antiga do sensor daquela máquina. Enquanto algumas correções extremas (pense +100 no Adobe Lightroom) revelem ruídos coloridos nas sombras, para a maioria das fotos a Canon EOS T7i impressiona: as cores são praticamente intactas, não importa o ISO, e incríveis para o formato.

“Portal” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HDL em f/6.3 1/100 ISO100 @ 10mm; antes e depois do tratamento raw.

Crop 100%, recuperação praticamente sem perda de qualidade.

Crop 100%, recuperação praticamente sem perda de qualidade.

“Moedas” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HDL em f/6.3 1/100 ISO100 @ 10mm; antes e depois do tratamento raw.

Crop 100%, recuperação extrema das sombras mostra ruídos coloridos, discretos.

Crop 100%, recuperação extrema das sombras mostra ruídos coloridos, discretos.

“Lanternas II” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HDL em f/3.5 1/40 ISO160 @ 10mm; antes e depois do tratamento raw.

“Linhas” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HDL em f/3.5 1/100 ISO160 @ 10mm; antes e depois do tratamento raw.

“Subir” demais o ISO, a fim de compensar deficiências na exposição (falta de luz), tem impacto direto na “suavidade” dos arquivos. A partir de ISO800 já começamos a notar uma malha de ruídos orgânicos sobre as imagens, que fica até bonita depois da impressão; realmente parece que estamos trabalhando com uma película, apenas digital. Esta tendência vai constante até ISO6400, quando o grânulo dos ruídos começa a ficar tão grande, que até as cores perdem a saturação; performance, de novo, justa para o APS-C. É fácil trabalhar à noite com objetivas de pequena abertura (f/3.5 em diante), já que o sensor relativamente grande da T7i é muito melhor em manter os detalhes, do que qualquer telefone celular. Mas o limite útil do ISO está em 12.800: neste valor, ainda é possível trabalhar, apesar das sombras ficarem azuladas. Mas depois disto não temos mais definição nos detalhes, e o teto nativo de ISO25.600 deve ser evitado. De qualquer maneira é uma performance muito boa, e há alguns anos só víamos isso em câmeras full frame.

“Teto” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HDL em f/3.5 1/40 ISO800 @ 10mm.

“Teto” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HDL em f/3.5 1/40 ISO800 @ 10mm.

Crop 100%, uma leve textura aparece logo em ISO800, bonita no papel, depois da impressão.

Crop 100%, uma leve textura aparece logo em ISO800, bonita no papel, depois da impressão.

“Cafe” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HDL em f/6.3 1/30 ISO2000 @ 10mm.

“Cafe” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HDL em f/6.3 1/30 ISO2000 @ 10mm.

Crop 100%, ISO2000 tem ruídos variados, ainda com cores intactas.

Crop 100%, ISO2000 tem ruídos variados, ainda com cores intactas.

“MAGNI” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HDL em f/6.3 1/30 ISO12800 @ 17mm.

“MAGNI” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HDL em f/6.3 1/30 ISO12800 @ 17mm.

Crop 100%, ISO12800 tem ruídos sim, mas impressiona pela retenção de detalhes.

Crop 100%, ISO12800 tem ruídos sim, mas impressiona pela retenção de detalhes.

“Bicicleta” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HDL em f/6.3 1/30 ISO25600 @ 12mm.

“Bicicleta” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HDL em f/6.3 1/30 ISO25600 @ 12mm.

 Crop 100%, o teto nativo do ISO25.600 deve ser evitado, já que não mantém qualquer detalhe.

Crop 100%, o teto nativo do ISO25.600 deve ser evitado, já que não mantém qualquer detalhe.

Um aspecto da qualidade de imagem que mantém a Canon na liderança do mercado fotográfico digital é a cor; super saturada e vibrante, sempre. E na T7i as cores são virtualmente idênticas a todas outras Canon: vermelhos saturados, perfeitos para reprodução da cultura japonesa, em templos; laranjas e amarelos vivos, sem mistura com os verdes, bacana para fotografar o pôr-do-sol; azuis puros que variam principalmente em intensidade, mas não em tom; verdes misturados com o vermelho, mais amaronzados, escuros como a realidade; e rosas “fortes”, usados para equilibrar os tons de pele, além do balanço de branco geral do quadro. Falar de cor é sempre uma parte interessante do blog do zack, porque eu vejo nitidamente como cada fabricante tem uma “fórmula” específica. E a Canon é referência no mercado, com a T7i seguindo à risca.

“Feast” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HDL em f/5.6 1/8 ISO500 @ 10mm.

“Feast” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HDL em f/5.6 1/8 ISO500 @ 10mm.

“Fushimi-Inari” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HDL em f/6.3 1/30 ISO200 @ 10mm.

“Fushimi-Inari” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HDL em f/6.3 1/30 ISO200 @ 10mm.

“Record Shop” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HDL em f/6.3 1/30 ISO400 @ 10mm.

“Record Shop” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HDL em f/6.3 1/30 ISO400 @ 10mm.

“Glico” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HDL em f/5 1/25 ISO100 @ 10mm.

“Glico” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HDL em f/5 1/25 ISO100 @ 10mm.

Por fim o processamento JPEG direto da câmera está melhor com o novo processador DIGIC7, mas não perfeito. A Canon tem feito a lição de casa em desenvolver uma máscara inteligente de nitidez, que detecta as linhas finas de detalhes em retratos, natureza e produtos; mas só sob ISOs baixos. Enquanto a Rebel não tenha os ajustes detalhados de nitidez das 5D Mark IV/5DS, o ajuste automático da T7i é muito bom; os arquivos JPEG tem o mesmo nível de detalhes dos raw processados no computador, perfeitos para impressão direto da câmera. Além disso, o DIGIC7 também consegue compensar pela difração das aberturas pequenas (f/11 pra cima), aumentando mais os detalhes. Isso é especialmente interessante para os iniciantes que usam as programações automáticas de exposição, que favorecem o ISO e a velocidade do obturador para capturas “naturais”, com chances de borrar os movimentos; “jogando” a maior parte do controle da luz para a abertura do diafragma. Em modo P (program), por exemplo, é fácil ver a T7i fotografar em 1/60 ISO100 e um bizarro “f/14” de dia; então um algoritmo que compense a difração é bem-vindo.

“Pagoda” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HDL em f/6.3 1/100 ISO100 @ 24mm; antes e depois do tratamento raw.

Crop 100%, recuperação intacta das sombras do arquivo raw.

“Tokyo III” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HDL em f/7.1 1/200 ISO100 @ 10mm; antes e depois do tratamento raw.

Crop 100%, o processador DIGIC7 parece melhor que o raw para manter os detalhes.

“Bar” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HDL em f/6.3 1/30 ISO400 @ 24mm; antes e depois do tratamento raw.

Crop 100%, mas é inegável a vantagem do raw para recuperar detalhes nas sombras.

“Árvore II” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HDL em f/6.3 1/100 ISO100 @ 10mm; antes e depois do tratamento raw.

Crop 100%, exposições difíceis são melhores aproveitadas via arquivo raw.

Mas sob ISOs altos, o DIGC7 continua agressivo para com os ruídos, completamente eliminando-os da imagem; dando uma aparência de “aquarela” aos detalhes. Mesmo com o redutor de ruídos desligado (!), os arquivos a partir de ISO800 são “lisos”, sem a textura bonita que o sensor CMOS consegue fazer. Neste caso, os arquivos raw são muito mais nítidos, depois do tratamento do computador; apesar de não manterem as mesmas cores, que só a Canon consegue fazer na câmera. Uma última novidade, porém, é que pela primeira vez numa Rebel, a fabricante incluiu a função “raw conversion” no menu de playback da T7i. Com ela é possível manipular direto na câmera os arquivos raw, com ajustes de exposição, contraste, cores, tons, sombras, highlights e demais efeitos, depois do click; igualzinho como fazemos no computador, mas direto na tela touch da máquina. É perfeito para compartilhar os arquivos já tratados para o smartphone, sem exigir a captura “RAW + JPEG” o tempo todo; o que consome bastante espaço do cartão de memória.

“Loja” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HDL em f/6.3 1/30 ISO2500 @ 24mm; antes e depois do tratamento raw.

Crop 100%, mesmo com o redutor de ruídos desligado, o arquivo raw é muito “liso”.

“Templo” com a EOS T7i + Tamron 10-24mm f/3.5-4.5 Di II VC HDL em f/5.6 1/10 ISO3200 @ 10mm; antes e depois do tratamento raw.

Crop 100%, arquivos raw sempre impecáveis para trabalhar sob pouca luz.

“Ciclista V” com a EOS T7i + Sigma 18-300mm f/3.5-6.3 DC Macro OS HSM C em f/6.3 1/1000 ISO1600 @ 200mm; antes e depois do tratamento raw.

Crop 100%, arquivos JPEG bacanas direto do DIGIC7.

VEREDICTO

A EOS T7i Rebel (US$699) é o ápice do que a Canon consegue fazer tecnologicamente hoje, e agora pelo menor preço possível. Nunca em um milhão de anos eu imaginei que a Canon fosse “apelar” para a tecnologia Dual Pixel (que não é fácil de fazer) para tornar a câmera de entrada relevante, mas eles apelaram e ainda incluíram o módulo de foco de 45-pontos “cross-type” da 80D, junto do processador DIGIC7 que nem a 5D Mark IV tem; é realmente impressionante  a tecnologia da T7i. A Canon ainda faz uma ergonomia de primeira, uma construção robusta, e oferece a performance alta, confiável e elegante das câmeras maiores; pela primeira vez eu posso de fato recomendar uma Rebel ao mercado profissional. Estou falando sério: este é um upgrade natural a quem tenha uma EOS datada, como as 6D e 7D clássicas, e até a 5D Mark III, com maior resolução, AF até -3EV, Live View com Dual Pixel, Wi-Fi, tela touch… E até maior qualidade de imagem (pelo menos em dynamic range). A EOS T7i é tudo o que esperamos de uma Canon topo de linha, mas agora para todos. Seja um iniciante no sistema EF/EF-S, ou um profissional à procura de uma câmera de backup, esta é a máquina para você. Divirta-se com ela, e boas fotos!